O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (15) que o custo fiscal das medidas adotadas pelo governo para superar a crise não é caro, se comparado aos gastos de outros países. "Nós gastamos menos e com uma resposta muito boa. Está previsto que o Brasil terá o menor déficit fiscal (nominal) de todo o G-20", disse. Ele afirmou que, no ano passado, o déficit nominal do Brasil foi de 1,98% sem considerar a Petrobras, que representa 0,5% do PIB, nem a economia do Fundo Soberano do Brasil, que também representa 0,5% do PIB. Segundo o ministro, se fossem incluídos os dois, o déficit teria sido de 1%.

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Para este ano, Mantega disse que, pelos cálculos do mercado, a previsão é de um déficit nominal de 2,2% do PIB e, para 2010, de 0,53% do PIB. "Ou seja, o déficit previsto para 2010 é o Fundo Soberano. Se usar os recursos do Fundo, zera o déficit. É uma situação bastante confortável. Estamos caminhando para déficit zero", disse o ministro. Mantega também afirmou que já está havendo uma recuperação nos postos de trabalho no Brasil. Segundo ele, o saldo líquido de emprego formal em julho foi de 138 mil postos "e tudo indica que, em agosto, e a partir daí, serão criados mais empregos do que até agora".

Ao concluir sua apresentação, o ministro enumerou os problemas que considera que ainda precisam ser resolvidos. O primeiro deles é a retomada do comércio exterior, já que, segundo Mantega os setores que mais se recuperaram estão voltados para o mercado interno. O ministro disse que também é preciso haver uma retomada dos investimentos, o que, segundo ele, deve ocorrer nos próximos meses. "O investimento é o último que volta, mas acredito que a utilização da capacidade instalada já está sendo absorvida e logo mais teremos o aumento dos investimentos", afirmou.

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Outro "velho problema", segundo Mantega, a ser resolvido é a valorização cambial. Ele garantiu que o governo não pretende mudar o regime de câmbio, mas afirmou que é preciso que o governo faça um esforço para responder a essa questão, com a redução dos custos na economia, que atrapalham a produção. Mantega disse que é preciso reduzir o custo financeiro e avançar na área tributária. "Mas não me falem em renovação (da redução) do IPI", disse o ministro. Ele acredita que a valorização do real é reflexo da solidez da economia brasileira

Mercado

Mantega aproveitou para recomendar aos empresários que aproveitem a crise para ganhar mercado. Ele disse que os demais países, em dois ou três anos, também terão saído da crise. Para o ministro, esta é a oportunidade para as empresas irem às compras e consolidarem suas posições no mercado internacional. O ministro ainda disse que o governo também conta com a entrada das reservas do pré-sal. Para ele, embora elas possam trazer problemas cambiais, o governo estará vigilante para evitar que o País se torne apenas exportador de petróleo.

Mantega concluiu seu discurso afirmando que a crise pôs a prova a economia brasileira e que o Brasil conquistou a confiança internacional e se tornou um protagonista. "Isso não tem retorno. Está aberta a rota para sermos um dos países mais importantes do mundo".

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