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Dólar

Mantega deve anunciar nesta quarta-feira mais uma medida cambial

Depois de uma queda mais acentuada do dólar, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar mais uma medida cambial para enfrentar o problema da valorização do real. O anúncio deve ser feito ainda na manhã desta quarta-feira, segundo apurou a Agência Estado.

Desde o início da semana, Mantega tem demonstrado desconforto com o maior recuo da moeda norte-americana e sinalizado a possibilidade de adoção de novas medidas. Na reunião de terça do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro afirmou que medidas cambiais combinadas com ações na área comercial seriam adotadas no Brasil para combater os efeitos de desvalorizações cambiais "artificiais" de moedas estrangeiras. Ele chegou a dizer que não iria deixar a guerra cambial derrotar o país.

Na segunda-feira, em evento em São Paulo, Mantega também ameaçou com novas medidas. Desde o início do ano, quando o governo intensificou o arsenal de ações para combater a queda do dólar, o padrão do ministro, antes de agir, tem sido sempre o de fazer alertas para depois divulgar medidas efetivas. Esse padrão de Mantega tem sido criticado por levar a antecipação de fluxos e movimentos especulativos, reforçando a tendência que supostamente o governo quer combater.

O Banco Central (BC) já se mostra bem mais agressivo, comprando moeda no mercado à vista, fazendo leilões no mercado à termo e na terça realizou pesquisa de demanda para realização de swap cambial reverso, cujo resultado será divulgado hoje de manhã. O BC evitou dizer se o movimento com swap visa a rolar vencimentos ou se representa uma intervenção independente do fato de que no início do próximo mês vencem US$ 1,3 bilhão em contratos de swap reverso.

Uma das preocupações do governo é com os desdobramentos em torno do impasse sobre a ampliação do teto de endividamento dos Estados Unidos. Uma das hipóteses é que, para compensar a limitação para se endividar, os americanos façam um ajuste fiscal recessivo que leve à manutenção de taxas de juros muito baixas, que estimulem ainda mais a migração de recursos para países emergentes, como o Brasil.

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