O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (18), em Paris, que o Brasil é contrário à proposta de algumas potências desenvolvidas do G-20, que querem estabelecer critérios comuns para avaliar os desequilíbrios econômicos globais. Dentre os critérios, está o de limitar do fluxo de entrada de capitais, medida que desagrada ao Brasil.

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No primeiro dia da reunião entre os ministros de finanças das 20 maiores economias do mundo, Mantega disse que não há consenso sobre a questão entre os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Salientou, porém, que se houver necessidade, o Brasil terá meios de controle sobre os movimentos de capitais. "Se houver grande fluxo, então teremos de adotar novas medidas".

As afirmações foram feitas depois de reunião à parte, entre os representantes do Bric. Na oportunidade, Mantega defendeu a vigilância das políticas cambiais que tenham efeitos sobres os fluxos globais de capital, mas acrescentou que "este é um problema para os países emergentes" e não para os mais ricos.

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Segundo Mantega, os países formadores do Bric não estão de acordo com certos indicadores propostos pelo G-20 para medir os desequilíbrios econômicos mundiais. Caso, por exemplo, de avaliação dos balanços correntes, que incluem as transações de serviços e os fluxos de capital que, no entender de Mantega, podem causar distorções. "Concordamos em não tomar a conta corrente como indicador, mas sim a conta de bens e serviços".

O ministro brasileiro disse que o encontro do G-20 "não deve estabelecer limites", e destacou que mais importante que os indicadores são as consequências dos desequilíbrios econômicos globais. Segundo ele, o colegiado representativo das maiores economias do mundo, reunido em Paris até amanhã, deve se limitar a emitir "recomendações" sobre os critérios de avaliação dos desequilíbrios, como balança corrente, taxas de juros, reservas cambiais, dívida, déficit público e nível de poupança, dentre outros.