A confirmação na quinta-feira das estimativas de uma expansão acanhada da economia brasileira no terceiro trimestre causou decepção ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, levando-o a dizer que o crescimento deste ano não será ``brilhante''.
``Foi um pouco decepcionante o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. Eu esperava um crescimento maior'', disse Mantega a jornalistas.
``Esse ano de 2006 não vai ser brilhante, mas, em compensação, vamos passar de 2006 para 2007 com a economia em aquecimento. As taxas de juros estão em queda, o que é estimulante para o investimento.''
Para o ministro, o quarto trimestre será o melhor trimestre do ano.
No terceiro trimestre, o crescimento do PIB limitou-se a 0,5 por cento em relação aos três meses anteriores e foi de 3,2 por cento na comparação com igual período de 2005, conforme relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ministro manteve a previsão do governo, contida no Orçamento, de crescimento da economia neste ano em 3,2 por cento.
Os dados do IBGE mostraram ainda que o segmento industrial permaneceu fraco, a exemplo do segundo trimestre, mas os investimentos sinalizaram algum vigor.
``A indústria não cresceu tanto quanto nós gostaríamos, mas temos informações seguras que, a partir de outubro, está havendo um aquecimento da economia de modo geral'', completou Mantega sem, contudo, detalhar tais informações. Ele também ressaltou o avanço do setor agrícola.
Muitas projeções do mercado descartam que a economia brasileira consiga alcançar uma expansão de 3,0 por cento em 2006, embora o Orçamento para 2007 tome por base um crescimento de 3,2 por cento este ano.
Mantega também confirmou o acordo fechado com a Comissão Mista de Orçamento do Congresso sobre a correção de 3 por cento da tabela do Imposto de Renda.
``Se houver modificação ao que foi acertado, aí o presidente Lula tem a caneta para vetar'', afirmou o ministro.