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Emergentes

Mantega diz que compromisso do FMI com reformas está "do jeito que queremos"

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse neste sábado (21) que o compromisso com reformas anunciados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) está "do jeito que nós queremos". Entretanto, repetiu que, nem por isso, vai anunciar agora qual será a contribuição financeira do Brasil para elevar a blindagem do fundo – condicionada a reformas para dar mais voz aos emergentes no órgão.

"[A reforma] Está do jeito que nós queremos. Não falta nada", disse o ministro antes de reuniões da instituição neste sábado, em Washington, referindo-se à declaração final do FMI que contém uma clara mensagem de comprometimento com as mudanças reivindicadas pelos emergentes.

O FMI anunciou que levantou mais de US$ 430 bilhões com seus membros – US$ 362 bilhões principalmente do Japão e dos países europeus. Mas os países do Bric – grupo formado pelo Brasil, a Rússia, a Índia, China e África do Sul –, que estão se articulando para condicionar o aporte às reformas, não divulgaram valores exatos. A contribuição do grupo está dentro de uma cifra geral de cerca de US$ 72 bilhões, que deverá incluir também a participação de alguns países asiáticos.

Mantega disse que os US$ 430 bilhões são "um valor global com o qual todos concordamos – o Brics também". Mas ele ironizou o cálculo do FMI de que vai receber US$ 72 bilhões dos países que ainda não anunciaram seu valor. "Isso é muito curioso. Deve ser matemática transcedental. Vai ver que tem uma bola de cristal em que eles adivinham", disse Mantega. A cifra exata do Brics, incluindo a do Brasil, só será anunciada dentro de dois meses, antes da reunião do G20 (o grupo das principais economias emergentes e avançadas), no México, em junho.

Mantega disse que a estratégia da demora em definir o montante do aporte financeiro dos emergentes é porque "as nossas demandas podem ser melhores atendidas" se o grupo só anunciar seus recursos mais para frente. O ministro tem dito que as reformas dentro do FMI ainda precisam ser aprovadas no Legislativo de um quinto dos países, algo que tem de ser feito até outubro.

"Eles querem que a gente declare antes o valor [do aporte], mas só em outubro tem uma etapa da reforma, depois tem outra em janeiro." Além desses fatores, lembrou Mantega, alguns países emergentes precisam negociar seu aporte ao FMI "dentro da comunidade política" respectiva.

Na sexta-feira, houve sinais de que a estratégia do Bric não estava bem costurada, depois que um vice-ministro russo declarou um suposto valor da contribuição de seu país (pelo menos US$ 10 bilhões) e entre rumores de que a China também tinha comunicado seu número ao FMI. "Eu posso dizer o seguinte, a China não declarou nenhum valor, o Brasil não declarou nenhum valor; a Rússia tinha declarado um valor, mas voltou [atrás]", disse Mantega.

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