A duas semanas da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que é esperada uma alta na taxa de juros, e na presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ministro da Fazenda, Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que o juros no país ainda são muito altos e criticou a forte concentração da oferta de crédito no setor bancário nas mãos de poucas instituições.
"Os juros brasileiros ainda são muito elevados, poderiam ser menores. Os spreads [diferença entre as taxas repassadas aos tomadores de crédito e o custo de captação] no setor privado ainda são muito elevados. É um setor oligopolizado, com poucos bancos concedendo empréstimos", disse.
Para o ministro, que participou com Meirelles de audiência pública da CPI da Dívida na Câmara dos Deputados, a atuação dos bancos públicos é que tem garantido a competitividade no setor. As instituições estatais respondem por 40% do volume de crédito no Brasil, segundo dados da Fazenda.
Já o presidente do BC preferiu dar destaque à tendência de queda dos juros ao longo da década além de defender a atual estratégia de controle monetário via ajustes na taxa básica de juros. "A inflação orbitou em torno da meta nos últimos anos, acima e abaixo, como deve ser. A política não tem sido excessivamente conservadora", afirmou.