O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta segunda-feira que o crescimento da economia brasileira deverá acelerar no segundo semestre e voltou a falar em expansão de até 4,5 por cento no ano.
"É possível que neste próximo trimestre (segundo trimestre, com resultado ainda não divulgado) nós tenhamos um crescimento um pouco menor. Nós esperamos uma aceleração do crescimento no segundo semestre de 2006", disse em entrevista a jornalistas.
Mantega citou o impacto pleno do novo salário mínimo e o reajuste salarial do funcionalismo público como razões para a aceleração do crescimento na segunda metade do ano.No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% frente ao último trimestre do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Na semana passada, ao apresentar a meta de inflação definida para 2008, o ministro previu que o PIB cresceria 4% em 2006.
Mantega fez questão de destacar na entrevista, convocada pelo ministério, que os investimentos públicos estão crescendo, e negou que estivesse respondendo críticas da oposição ou fazendo uso eleitoral dos dados.Questionado por jornalistas, o ministro sustentou que estava respondendo comentários de analistas para desfazer a idéia de que o governo federal não está investindo.
- Está comprovado que o governo federal está contribuindo para o aumento do investimento. O Brasil pode crescer a taxas cada vez mais altas - apontou.
- Independentemente de quem seja o (próximo) governo, as condições estão dadas (para um crescimento sustentável).
Ele citou que os investimentos do governo federal e das estatais deve somar 52,8 bilhões de reais neste ano, ou 2,5% do PIB, frente à cifra de 45,2 bilhões de reais em 2005. Apenas o grupo Petrobras deve contribuir com 1,22 ponto percentual dos investimentos previstos para este ano em relação PIB.
Mantega também rebateu críticas sobre o aumento da arrecadação, argumentando que o crescimento da economia aumenta o recolhimento de impostos.
- O PIB vai crescer 4,5% neste ano e é inevitável que a arrecadação cresça - disse, acrescentando que, mesmo em 2005, quando a economia cresceu 2,3%, o lucro das grandes empresas no país avançou em média 14%.
Mantega repetiu as projeções contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, de crescimento de 4,75 por cento em 2007 e de 5% em 2008.
- Nada impede que a gente faça um número maior - ponderou.
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