O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o Brasil está preparado para enfrentar a volatilidade no mercado internacional. Diante das turbulências que vêm sendo causadas pela possibilidade de o Banco Central dos Estados Unidos aumentar as taxas de juros e, com isso, provocar uma saída de investidores de mercados emergentes, Mantega afirmou que o crescimento da economia brasileira não será prejudicado.

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- O que está havendo é uma acomodação do mercado (à economia americana) e os riscos de vários países têm subido, mas o Brasil é um dos menos afetados. Ele está equipado para fazer frente a essa volatilidade - disse Mantega, destacando que antigamente esse tipo de situação poderia ser vista como um pesadelo, mas que agora a equipe econômica está tranqüila.

O ministro reconheceu também que a atual volatilidade pode colaborar para um processo de ajuste no câmbio por elevar a cotação do dólar, mas disse que esse movimento deve ser separado do conjunto de medidas que o governo está estudando para tentar compensar as perdas dos exportadores com a excessiva valorização do real frente à moeda americana.

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Mantega disse que o governo está buscando instrumentos para adaptar a atual legislação cambial brasileira, que foi criada num momento em que o Brasil tinha escassez de dólar, mas voltou a afirmar que não cogita qualquer mudança no regime de câmbio flutuante.

- Sempre fui um crítico de medidas exóticas para o câmbio - disse o ministro, citando como exemplo disso medidas como um câmbio específico para setores diferentes.

Entre as medidas que o governo está estudando para ajustar o câmbio está a criação de prazo para que os exportadores tragam os recursos do exterior e também a possibilidade de ajustes entre exportações e importações antes da internalização dos recursos.

Sobre a indicação de Júlio Sergio Gomes de Almeida para o comando da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Mantega disse que o economista tem grande experiência e por isso foi escolhido para o cargo. O ministro também afirmou que, apesar de ser um crítico da política monetária e defender uma queda mais forte das taxas de juros, Almeida veio reforçar o trabalho de sua equipe.

- Ele (Almeida) quer quer os juros sejam reduzidos. Eu também quero e o Banco Central também quer. Remanos todos na mesma direção - disse Mantega.

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O ministro voltou a afirmar que continua trabalhando para que o país faça um superávit primário de 4,25% do PIB este ano, apesar de um decreto publicado nesta segunda-feira mostrar que as despesas discricionárias do governo federal serão menores do que o que havia sido anunciado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na semana passada. Mantega disse que isso não significa que o governo fará uma economia maior este ano.

- Estamos mirando em 4,25% como alvo - disse Mantega.

O ministro anunciou que o novo procurador-geral da Fazenda Nacional será Luís Inácio Adams, que substituirá Manoel Felipe Brandão. Ele também confirmou Marcelo Saintive como secretário de Acompanhamento Econômico, no lugar de Helcio Tokeshi.