O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta terça-feira (25) a decisão do governo de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Ao lado do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, Mantega disse que a medida conseguiu atingir o objetivo de proteger a indústria nacional num momento de crise e ao mesmo tempo atrair investimentos para o país.

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"O balanço é positivo porque o objetivo que nós estávamos perseguindo com essa medida era garantir que, num momento de crise internacional, o mercado brasileiro fosse desfrutado por quem faz investimento no Brasil, gera valor agregado e paga imposto no país", disse Mantega.

Segundo Belini, a projeção de investimentos do setor automotivo para o período 2011 a 2014 é de US$ 21 bilhões, sendo que parte desse montante foi anunciado por empresas depois da elevação do IPI. Mantega ressaltou que, sem a medida, o total de veículos importados vendidos no Brasil (que estava numa média mensal de 70 mil) iria continuar crescendo fortemente e algumas montadoras poderiam até mesmo desistir de apostar no mercado brasileiro.

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Incentivo

O ministro informou que a equipe econômica já trabalha na elaboração de um programa de incentivo para o setor automotivo que associe desonerações a um grau de nacionalização dos veículos. Segundo Mantega, a ideia é exigir um percentual de peças nacionais superior a 65%. O programa deve ser anunciado até o final do ano que vem, quando termina a elevação do IPI para os importados.

Mantega também disse que o governo exigiu da indústria automobilística um compromisso com manutenção de empregos e de preços de veículos em troca do IPI mais alto: "Condicionamos esse IPI à manutenção do nível de emprego. Só uma empresa apresentou programa de demissão voluntária até agora, a GM. Mas ela nos demonstrou que, em outras fábricas, contratou mais. Trata-se de uma acomodação regional que a empresa está fazendo. No caso dos preços, o setor demonstrou que os valores de carros novos têm subido menos do que a inflação."

O ministro minimizou o fato de alguns países terem pedido explicações ao Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a elevação do IPI. Segundo ele, não houve abertura formal de processo contra a medida.