O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira acreditar que a economia brasileira crescerá cerca de 4,5 por cento este ano, um número considerado pelo secretário do Tesouro, na semana passada, ``otimista'' mas factível.
``Eu acho que alcançaremos 4,5 por cento neste ano. Estamos trabalhando com essa média aqui, mas não é um número preciso'', disse ele a jornalistas em Londres, após uma reunião no Banco da Inglaterra.
O ministro negou que para atingir esse nível de expansão, quase o dobro em relação à média anual do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seja necessário diminuir ainda mais a meta de superávit primário, que até o ano passado era de 4,25 por cento em relação ao PIB.
``De jeito nenhum, eu disse que no mínimo será 3,75 por cento'', disse Mantega.
Para o ministro, a continuidade da trajetória de queda das taxas de juros vai ajudar a estimular a expansão da economia no projetado pelo governo.
``As taxas de juros estão caindo já há algum tempo e vão continuar (caindo). Isso é satisfatório para impulsionar esse investimento e o crescimento'', afirmou.
PAC
Mantega acrescentou estar confiante de que o Congresso aprovará as medidas necessárias para garantir a implementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado neste mês para tentar acelerar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país a partir de 2007. ''Eu estou muito confiante de que essas medidas serão aprovadas, seja porque hoje nós temos uma maioria confortável no Congresso, seja porque as medidas beneficiam a população como um todo. É difícil o Congresso se contrapor a medidas dessa natureza'', declarou.
Entre as medidas do PAC que dependem de aprovação parlamentar estão o uso do FGTS para financiar projetos de infra-estrutura, a concessão de créditos à Caixa Econômica Federal para aplicar em saneamento básico e habitação e a criação de incentivos a indústrias de equipamento para TV digital e de componentes eletrônicos.
Na última sexta-feira, o secretário do Tesouro, Tarcísio Godoy, disse em entrevista à Reuters que o governo pode ter superestimado o crescimento deste ano, já que o mercado prevê uma expansão de 3,5 por cento.
O prognóstico de 4,5 por cento dá sustentação às projeções do PAC.
O número marcaria uma aceleração da economia em relação a 2006, que teve crescimento estimado de 2,73 por cento, segundo o último relatório Focus com as previsões do mercado.
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