Contexto
Blog chamou ministro de "elfo adivinhão" em paródia natalina
O blog Beyond Brics, publicado no site do Financial Times, é uma das principais fontes europeias de informação sobre países emergentes. Ele não se limita a reproduzir dados objetivos, mas frequentemente emite opiniões, que têm razoável repercussão entre investidores e analistas. O Brasil, como um dos líderes desse mercado, é alvo frequente de suas análises. Ontem, por exemplo, estavam no ar textos sobre o índice de atividade do Banco Central e a decisão do Copom de manter estável a taxa Selic (além, claro, da postagem sobre o "jeitinho").
Nos últimos meses, as análises do Beyond Brics sobre o Brasil têm sido um pouco mais duras, e com frequência sarcásticas. Na semana do Natal, por exemplo, o site publicou uma histórica natalina em tom de paródia, em que Dilma Rousseff era uma rena preterida por Papai Noel. Ela tinha como ajudante um elfo cujas previsões nunca davam certo "Guido, o eldfo adivinhão".
O famoso jeitinho brasileiro já chegou à condução da política econômica do país, criticou ontem o blog "beyondbrics", do jornal britânico Financial Times. Segundo o site, o ministro da Fazenda Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estão se tornando "profissionais do jeitinho", ainda que dentro da esfera legal, com o cenário de crescimento do país ainda lento e a inflação avançando mais do que o esperado.
A publicação acusa Tombini de adicionar estímulo à economia sem ter de reduzir a taxa básica de juros, ao deixar que cresça a diferença entre as taxas Selic e DI.
Mantega, por sua vez, estaria usando o jeitinho para driblar a inflação. O pedido do governo federal aos governos de Rio e São Paulo para que segurem os aumentos das tarifas de transporte público para evitar a alta de preços no início do ano é um dos exemplos citados pelo FT.
Mantega já seria um expert em jeitinho, destaca a publicação. E teria usado de criatividade também para cumprir as metas fiscais. O blog lembrou algumas da série de manobras feitas pelo governo para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto de bens e serviços produzidos no país), entre elas, o abatimento dos investimentos realizados no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e o resgate de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano do Brasil.
O site reconhece que essas medidas não vão contra a lei tampouco são feitas exclusivamente no Brasil, mas defende que o mercado espera ações mais responsáveis. O FT já havia criticado anteriormente a manipulação de indicadores fiscais no país.
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