O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro na segunda-feira, 24, em reunião com economistas de várias instituições financeiras, que é perfeitamente viável para o governo cumprir a meta de 1,9% do produto interno bruto (PIB) de superávit primário para este ano. Essa foi uma das mensagens que participantes do encontro revelaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

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Segundo esses participantes, Mantega teve um diálogo "franco" e "tranquilo" com os 12 executivos presentes, em um encontro que durou pouco mais de 1h30. Ao seu lado estava o secretário de Política Econômica, Márcio Holland.

O encontro é um esforço do governo para reforçar sua avaliação com o mercado financeiro de que a política fiscal será apertada. A reunião, segundo as fontes, obedeceu à seguinte dinâmica: o ministro abriu a palavra para os economistas de instituições financeiras se pronunciarem e, depois, respondeu aos questionamentos de forma "serena" e "cordial".

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Uma das perguntas levantadas foi por que o governo não considerou uma despesa maior para custos de energia para este ano, que são estimados em R$ 9 bilhões. Há especialistas que consideram que tais despesas poderão chegar a R$ 18 bilhões. Segundo o ministro, é melhor esperar a conclusão do período de chuvas para verificar quanto efetivamente será necessário gastar nessa área, que pode ser menor do que o esperado hoje pelo mercado.

Também perguntado sobre o eventual represamento de preços de combustíveis pela Petrobras, o ministro manifestou que a estatal já vem realizando elevações periódicas da gasolina e do diesel nos últimos anos a fim de dar continuidade à política de convergência dos preços nacionais aos patamares internacionais. Segundo os participantes, ele não deu nenhuma indicação clara se vai ocorrer um novo aumento de combustíveis pela Petrobrás em 2014.

"A impressão que passou é que o governo está muito decidido a entregar uma meta de 1,9% do PIB do superávit primário", comentou uma fonte. "Este resultado fiscal mais forte que no ano passado vai ser muito importante para que a agência Standard & Poor’s, que em março enviará especialistas para avaliar indicadores econômicas do Brasil, adie uma eventual intenção de rebaixamento da nota soberana do País no curto prazo", afirmou.

O ministro fez também questão de deixar claro que o cumprimento da meta de superávit primário terá a colaboração de Estados e municípios, que terão contribuição de 0,35% do PIB no resultado final.

Dívidas

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Mantega também afirmou na reunião que o governo trabalhará fortemente para que não seja alterada a forma de indexação das dívidas de Estados e municípios, de acordo com uma fonte que participaram do encontro.

Segundo uma outra fonte, o ministro manifestou que a boa recepção de investidores no Brasil e no exterior da política de ajuste fiscal anunciada na quinta-feira estimulará o governo para que adote no curto prazo mais medidas para melhorar a confiança do mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.