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Guido Mantega disse que, visando evitar uma frustração da meta fiscal, a possibilidade de aumento de impostos poderia servir de reserva do governo para, se for necessário, melhorar a arrecadação | Wilson Dias / Agência Brasil
Guido Mantega disse que, visando evitar uma frustração da meta fiscal, a possibilidade de aumento de impostos poderia servir de reserva do governo para, se for necessário, melhorar a arrecadação| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Deputados criticam possibilidade de aumento de impostos

Líderes partidários da Câmara dos Deputados reagiram nesta sexta-feira (21) ao aceno do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o aumento de impostos neste ano. "Aumento de impostos será difícil ser tratado em ano eleitoral. A carga tributária já está muito elevada", disse o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse que o governo precisa reduzir despesas e enxugar os 39 ministérios. O tucano lembrou que o governo vem batendo recordes de arrecadação e que aumento de impostos penaliza diretamente o contribuinte. "Ela (Dilma Rousseff) vai pelo caminho mais simples, que é sacrificar a população", comentou.

Em teleconferência com jornalistas estrangeiros e analistas financeiros internacionais, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não descartou a possibilidade de aumento de impostos neste ano. "Não está previsto aumento de tributos, embora isso possa ocorrer. Vai ser uma espécie de reserva que temos, se for necessário, para melhorar a arrecadação", declarou o ministro. Mantega disse que, visando evitar uma frustração da meta fiscal, a medida poderia servir de reserva do governo para, se for necessário, melhorar a arrecadação.

Em janeiro, o governo aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, começando a desfazer as desonerações em vigor desde 2012. As alíquotas vão vigorar até junho, quando a equipe econômica decidirá sobre um novo reajuste. "Em outros anos, houve aumento de 18% nas receitas totais do governo em relação ao ano anterior", destacou Mantega. As projeções de alta para a receita são nominais e não descontam a inflação estimada para este ano.

Ao anunciar nesta quinta-feira (20) o contingenciamento (bloqueio) de R$ 44 bilhões do Orçamento Geral da União, o governo reduziu de 13% para 10% a previsão de crescimento das receitas totais em 2014. A previsão oficial de crescimento da economia caiu de 3,8% para 2,5%. Nesta sexta (21), Mantega reiterou que as estimativas, que ajudaram a definir o tamanho do corte no Orçamento, foram conservadoras. "A previsão de receitas foi revisada e a nova projeção foi feita em base bem conservadoras. As receitas extraordinárias [como concessões e dividendos de estatais], que ocorrem praticamente todos os anos, estão projetadas em patamar bem menor do que no ano passado", declarou o ministro.

Estimativas conservadoras de receitas abrem caminho para que o governo arrecade mais que o previsto e economize mais. O ministro evitou declarar se existe a possibilidade de o superávit primário ficar acima do planejado. Disse apenas que a meta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) é suficiente para garantir a redução do endividamento público. "No ano passado, também realizamos primário de 1,9%, e isso resultou na redução da dívida líquida e bruta", acrescentou.

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