O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta sexta-feira que o governo estude voltar a taxar os investimentos estrangeiros com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
"O Ministério da Fazenda não cogita mexer no IOF neste momento, principalmente para títulos públicos", afirmou Mantega por meio de sua assessoria. "Queremos que haja compra de títulos públicos, principalmente por estrangeiros. Não há interesse em reduzir esse fluxo."
Jornais locais noticiaram que o governo estaria discutindo a retomada da cobrança do IOF para investimentos estrangeiros em renda fixa, em um esforço para conter a entrada de dólares no país que tem colaborado para a apreciação do real.
"O fluxo de renda fixo é baixo, por isso não se justifica neste momento a implantação do IOF, que poderia dar um sinal negativo para esse fluxo. A informação é equivocada", acrescentou Mantega.
O dólar acumula queda de quase 10 por cento frente ao real neste mês, uma intensidade não vista desde abril de 2003. Às 12h05, a moeda norte-americana era cotada a 1,969 reais --nível mais baixo desde o início de outubro do ano passado.
O real voltou a se apreciar com a retomada dos investimentos estrangeiros no país. O fluxo, contudo, está concentrado principalmente em investimentos diretos e na Bovespa.VOLUME MENOR EM RENDA FIXA
Em abril, os investimentos estrangeiros em renda fixa no país somaram 66 milhões de dólares, segundo dados do Banco Central. No mesmo período, os investimentos em ações foram de 630 milhões de dólares e os investimentos diretos, de 3,409 bilhões de dólares.
Em maio, até o dia 26, os investimentos externos em renda fixa somavam 811 milhões de dólares, os investimentos em ações totalizavam 2,365 bilhões de dólares e os investimentos diretos, 2,5 bilhões de dólares.
Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já havia afirmado que, dado o baixo fluxo relativo de investimentos em renda fixa, não considerava a taxação desse investimento uma medida eficiente.
No ano passado, o governo alterou duas vezes o IOF sobre investimentos estrangeiros em uma tentativa de interferir no fluxo de capitais para o país.
Em março, a taxação foi reintroduzida --dois anos após ter sido retirada-- para reduzir o ingresso de dólares no país e limitar a apreciação do real. Diante dessa decisão, os investimentos estrangeiros em renda fixa caíram cerca de 5 por cento no mês seguinte.
Em outubro, em meio ao agravamento da crise financeira global e da alta do dólar, o governo voltou a retirar a taxação.
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