Os países ricos já não podem gerenciar sozinhos os riscos da estabilidade econômica mundial, declarou neste sábado (24) o ministro da Fazenda Guido Mantega, ao falar ante o comitê financeiro e monetário do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Além de alertar que atual crise é similar à de 2008, o ministro brasileiro enfatizou que é responsabilidade dos dirigentes europeus garantir que os problemas da Zona Euro não se propaguem para fora de sua região.

Falando em representação de outros oito países da região latino-americana, Mantega pediu aos países emergentes e em desenvolvimento que assumam a responsabilidade do crescimento do planeta à medida que são "responsáveis pela maior parcela do crescimento econômico global".

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Disse que "qualquer revitalização da demanda global dependerá em grande medida desses países".

Depois de recordar que a maior parte do crescimento recai agora nos ombros dos países emergentes, Mantega foi enfático contra a Zona Euro.

"A atual situação mundial é similar à de 2008", assegurou o ministro brasileiro, um dos mais ativos dentro do principal fórum econômico mundial, o G20, que reúne países ricos e emergentes.

A possibilidade de um default por parte da Grécia e os crescentes problemas de outros países, como Espanha e Itália, causaram grande volatilidade das bolsas em todo o mundo esta semana.

"Acreditamos que os países que têm uma margem de manobra devem adotar políticas de estímulo fiscal, particularmente medidas que tenham um impacto significativo sobre a atividade", declarou, segundo o texto seu discurso ao Comitê Monetário e Financeiro internacional.

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Mantega elogiou as recentes propostas do Estados Unidos, cujo governo quer que o Congresso aprove um amplo plano de luta contra o desemprego e de cortes de impostos avaliado em 447 bilhões de dólares.

Em compensação, "somos muito menos receptivos à flexibilização das políticas monetárias em países desenvolvidos", criticou Mantega.

Esse tipo de política em países cujas moeda é utilizada como reserva pelo resto do mundo, ou seja, os Estados Unidos, "fez pouco para apoiar sua recuperação econômica, mas causou consideráveis dores de cabeça para os mercados emergentes", explicou.

Países como o Brasil tiveram que aplicar barreiras e impostos à atividade especulativa em seus mercados por causa da maciça entrada de capitais provenientes de países ricos como Estados Unidos ou Zona Euro, cujas taxas de juros apresentam registros historicamente baixos.