A fraqueza de Estados Unidos e Europa deve pressionar negativamente a economia mundial e a disputa dos países pelos mercados globais deve intensificar a guerra cambial, segundo previu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira.

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"Os Estados Unidos não têm a recuperação que esperávamos; na Europa a coisa está ainda pior por causa da crise aguda da dívida", disse o ministro durante evento em São Paulo. "O resultado é que nos próximos dois anos esses países vão crescer num ritmo lento, pífio, isso se não entrar em recessão."

Nesse cenário, disse Mantega, a disputa pelos mercados internacionais vai se intensificar, implicando na desvalorização forçada das moedas para tentar ganhar competitividade.

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"A guerra cambial tende a recrudescer", afirmou.

Apesar deste quadro negativo, Mantega avaliou que o Brasil está melhor preparado para enfrentar uma eventual intensificação da crise do que estava em 2008. Como exemplo, ele citou as reservas internacionais de cerca de 350 bilhões de dólares, o mercado interno forte e o sistema financeiro sólido.

Além disso, Mantega reiterou que o governo está preparado para usar instrumentos para incentivar a economia, caso seja necessário.

"Temos muita bala na agulha para enfrentar uma eventual piora da crise", disse ele.

Como exemplo do vigor da economia brasileira o ministro citou ainda as recentes medidas do governo para conter o ritmo de expansão da economia.

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Mantega agregou que o governo está contendo gastos de custeio para permitir mais investimentos e uma possível desoneração tributária. Segundo ele, isso permitirá que o Brasil mantenha crescimento econômico sem pressões inflacionárias.

O ministro assegurou que a meta de inflação deste ano será alcançada. A previsão de Mantega que é a alta mensal média do IPCA seja de 0,3 a 0,4 por cento nos próximos meses.

A meta de inflação para o ano é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais.