O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou a emissão de bônus anunciada nesta quinta-feira deve mostrar os títulos brasileiros se aproximando dos Treasuries. Mas descartou um crescimento econômico na faixa de 7 por cento, dizendo que essas projeções beneficiam quem torce por uma Selic mais alta.
"Não acredito que chegue a 7 por cento... me parece exagerado. Não podemos projetar o primeiro trimestre para o ano todo", disse ele em evento no Rio de Janeiro, referindo-se às projeções mais otimistas do mercado para a expansão do primeiro trimestre, que anualizadas colocariam o crescimento do ano na faixa de 7 por cento.
"No primeiro trimestre, tínhamos as desonerações do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de móveis, automóveis e linha branca. O segundo trimestre não terá. É possível que haja queda de vendas nesses setores", disse ele.
Para Mantega, algumas projeções mais fortes para o crescimento no primeiro trimestre "são interessadas, em uma Selic maior" --uma economia mais forte demandaria juros maiores.
"Chegaremos lá (crescimento anual de 7 por cento) gradativamente", disse Mantega, sem fazer uma previsão precisa.
NA COLA DOS TREASURIES
Mantega também comentou a emissão de bônus Global 2021 anunciada pelo Tesouro Nacional nesta manhã.
"É uma operação para capitalizar o Tesouro e para mostrar que o Brasil está perto dos Treasuries."
"A demanda (pelos bônus brasileiros) é muito forte e as taxas de juros estão cada vez menores... A tendência é que estejamos a 150 pontos percentuais de diferença dos Treasuries. Daqui a pouco vamos encostar nos Treasuries."