O ministro da Fazenda, Guido Mantega, propôs adicionar uma representação dos países pobres e em desenvolvimento ao Grupo dos 20 (G-20), formado pelas grandes economias avançadas e emergentes. Com isso, o foro seria ampliado e teria porta-vozes de todas as categorias de países. A ideia foi lançada hoje na reunião do G-24, que atua no Fundo Monetário Internacional (FMI) em nome das economias pobres e em desenvolvimento de todos os continentes.
O G-20 é formado pelas 7 maiores economias do mundo capitalista e 12 emergentes. A vigésima cadeira é da União Europeia, embora as quatro maiores potências econômicas da Europa já estejam representadas. Mantega menciona esse dado como argumento a favor de uma cadeira para um porta-voz do G-24. O assunto ainda será apresentado oficialmente ao G-20.
Na reunião de hoje, o G-24 decidiu continuar cobrando a transferência de 7% das cotas e do poder de voto no FMI para as economias em desenvolvimento. No encontro de cúpula de Pittsburgh, no fim de setembro, o G-20 propôs uma redistribuição de pelo menos 5%. Por essa proposta, as cotas serão transferidas de países com representação superior ao seu econômico para aqueles sub-representados.
Numa interpretação literal, certos países desenvolvidos, como a Espanha, poderão ganhar, e alguns emergentes, como a Argentina, perder. Para evitar essa interpretação, o G-24 propôs que nenhum país em desenvolvimento seja enfraquecido na redistribuição geral de cotas e votos.
O G-24 propôs também que ao se completar a reforma, em janeiro de 2011, o total das cotas seja pelo menos duplicado, para reforço da capacidade financeira do FMI.
A eleição de Mantega para a presidência do G-24 foi oficializada hoje, na última reunião presidida por um representante da Síria, o presidente do banco central, Adib Mayalieh. O mandato é de um ano.
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