Para cumprir a meta fiscal e reduzir despesas públicas, o governo estuda a redução dos gastos com seguro-desemprego e abono salarial, informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem. Atualmente, o trabalhador é obrigado a fazer curso de qualificação na segunda vez que é demitido e pede o auxílio. A intenção, segundo o ministro, é que o curso de qualificação se torne obrigatório no primeiro pedido de seguro-desemprego. "Vou discutir isso com centrais sindicais", declarou. "Temos urgência de reduzir essa despesa ou impedir que continue crescendo", frisou.
Mantega iniciou um discurso afirmando que o governo está "sempre preocupado" em cumprir a meta fiscal. Ele informou que esse tipo de despesa deverá representar, neste ano, um valor entre R$ 45 bilhões e R$ 47 bilhões, o que representa quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. "O curioso é que o seguro-desemprego está crescendo em situação favorável para o trabalhador", afirmou. Ele classificou a situação como paradoxal e explicou que há um problema de rotatividade. "Temos de tomar medidas para diminuir a rotatividade, que é ruim para o trabalhador."
O ministro informou que convidará as centrais sindicais até o início da próxima semana para discutir medidas de redução dos gastos do governo com seguro-desemprego e abono salarial. "Vou conversar com as centrais para estudar em conjunto. Queremos beneficiar os trabalhadores e não prejudicá-los", disse.
Segundo ele, os gastos com abono estão subindo expressivamente em função dos reajustes do salário mínimo. O ministro informou que o crescimento este ano é de 17%. Os gastos com seguro-desemprego sobem em torno de 10% na comparação com o ano passado."Estamos estudando quais medidas podem atenuar esses gastos, mas prefiro discutir antes com as centrais sindicais", disse.
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