O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (5), durante o seminário "Infraestrutura e Energia no Brasil: Projetos, Financiamentos e Oportunidades", em São Paulo, que o governo tem um grande programa de investimentos e que agora visa ampliar a participação do setor privado, especialmente nas áreas de logística e infraestrutura.
Segundo o ministro, há dúvidas sobre se as nações em todo o mundo têm condições para gerar crescimento de acordo com suas necessidades. "O Brasil reúne as condições para ter o crescimento sustentável nos próximos anos", ponderou.
De acordo com o ministro, o Brasil tem bases e fundamentos econômicos sólidos. Um deles é a boa condição das contas públicas, que levam o País a registrar uma dos menores patamares da dívida líquida do mundo. "A política fiscal é sólida, com superávit primário. Mesmo no período da crise, continuamos reduzindo a dívida pública. Em 2012, fechamos a dívida pública líquida em 35,1% do PIB (Produto Interno Bruto)", comentou, acrescentando que "vamos manter superávits primários fortes para continuar a solidez fiscal do País".
Entretanto, o ministro afirmou que para viabilizar o crescimento do País, o governo adotou uma política monetária não contracionista. "Não vou dizer que é expansionista, porque não fazemos quantitative easing (QE, sigla em inglês para relaxamento monetário)", disse.
Mantega destacou também que o governo tem como princípio fundamental manter o controle de preços da economia. "Somos muito rigorosos no controle da inflação. Metas de inflação estão sendo cumpridas dentro das faixas de tolerância", comentou. "A inflação só atrapalha e não é bom para ninguém", destacou.
Desonerações e redução de tributos
Mantega lembrou que só em 2012, houve uma desoneração equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$ 45 bilhões.
Ele afirmou que o governo vai continuar perseguindo a redução dos custos tributários das empresas no País. "Vamos continuar generalizando a desoneração da folha de pagamento", disse. "Vamos adotar outras ações para reduzir o custo tributário", acrescentou.
De acordo com Mantega, as boas condições estruturais da economia que conta também com a redução do peso dos tributos sobre o setor privado, faz do Brasil o quarto país que mais receberam investimentos diretos no mundo. O ministro ressaltou anda que pesquisa realizada com dirigentes de companhias no Forum Econômico Mundial, em Davos (Suíça) mostrou que o Brasil é o terceiro país mais interessante para investimentos.
Ele destacou que as três maiores despesas da União "estão sob controle e dão espaço para reduzir tributos". Segundo ele, o déficit da previdência social está equacionado e "no bom caminho". No caso dos gastos com juros, as despesas atingiram um patamar pouco inferior a 5% do PIB no ano passado.
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