O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou nesta quinta-feira (10) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai fechar as torneiras do crédito de capital de giro para as empresas. Na entrevista convocada para comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, o ministro avisou que em 2010 o banco do governo vai oferecer linhas de financiamento apenas para investimentos.
"No próximo ano, o BNDES vai sair das linhas de capital de giro em que ele entrou este ano por causa da crise e ficar só no investimento. Investimento não é algo só para um ano. É para vários anos. Nós queremos o investimento em 2010, 2011, 2012, 2013...", informou o ministro.
De acordo com Mantega, o Tesouro Nacional injetou recursos no BNDES para permitir o aumento do investimento. Em janeiro deste ano, o Tesouro emprestou R$ 100 bilhões ao BNDES com taxa de juros subsidiada. E, ontem, o governo anunciou que o Tesouro vai emprestar mais R$ 80 bilhões para garantir "funding" barato às empresas que quiserem investir.
Segundo fontes do governo, por trás do aviso do ministro se esconde um desconforto com o fato de muitas empresas captarem recursos junto ao BNDES com taxas mais baratas do que nos bancos privados e depois aplicarem o dinheiro no mercado financeiro ou remeterem os recursos para matrizes no exterior.
"A economia já saiu da crise, já está num processo de aquecimento e aceleração. Os investimentos estão voltando com força", disse Mantega. "Eu mostrei ontem que nós temos um grande programa de investimento", acrescentou, ao comentar o pacote de estímulo ao investimento anunciado na quarta-feira.
Durante a crise, além do BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também ampliaram as linhas de capital de giro para as empresas com taxas mais baixas. A indústria de automóveis e de construção civil foram alguns dos setores beneficiados.
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