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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou nesta sexta-feira (12) que o governo federal não permitirá o aumento da inflação no país, mesmo que medidas consideradas impopulares sejam necessárias. "Elevamos os juros em 2010, época de eleições", lembrou. "Combater a inflação sempre será uma prioridade", acrescentou.

Mantega disse que para conter a alta de preços poderão ser implementados vários tipos de medidas e que a elevação da taxa de juros seria apenas uma delas. "Mas isso só se o Copom [Comitê de Política Monetária], se o Banco Central [BC] considerar conveniente" declarou. Ele destacou que a tomada de decisão sobre juros cabe apenas ao BC. "Cada um faz a sua parte, mas eu não sei o que vai acontecer com os juros, nem quero saber."

De acordo com o ministro, a preocupação com o aumento da inflação ocorre em função, principalmente, da alta dos preços dos alimentos. Segundo ele, o choque de oferta provocado pela seca do ano passado nos Estados Unidos e no Brasil encareceu as commodities.

Além disso, os alimentos como o tomate, a cebola e a farinha de mandioca foram afetados pela a irregularidade de chuvas. "Estamos já terminando o regime de chuvas e entrando nas safras, que vão despejar toneladas de alimentos [no mercado]", ressaltou o ministro.

Outro fator que faz Mantega acreditar que a inflação será menor em 2013 é que o país não deve enfrentar a desvalorização do câmbio brasileiro, como ocorreu no ano passado. "Esses são dois fatores que vão favorecer uma inflação menor em 2013", reiterou o ministro, que participou de seminário em São Paulo promovido pela Revista Brasileiros.

Tombini

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reiterou que a autoridade monetária não se manifesta sobre reuniões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom) e que "não há nem haverá tolerância com a inflação". Nesta semana, foi divulgado o IPCA - indicador oficial da inflação - que rompeu o teto da meta, ao acumular em março alta de 6,59% em 12 meses. O teto fixa o patamar em 6,50%.

O Copom tem reunião na semana que vem, com o anúncio da decisão sobre o rumo da Selic, o juro básico da economia brasileira, na quarta-feira (17). Desde outubro do ano passado, a Selic permanece em 7,25%, o menor patamar da história.

"Estamos neste momento monitorando atentamente todos os indicadores e, obviamente, no futuro, vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária", afirmou Tombini, nesta sexta-feira, em breve intervalo na XXV Reunião de Presidentes de Bancos Centrais da América do Sul, no Rio.

A reunião, que ocorre duas vezes por ano, analisa medidas de afrouxamento monetário adotadas recentemente pelo Japão, relatou Tombini. À tarde, será divulgado um comunicado conjunto e o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Pereira, fará comentários.

"É um tema bastante recente, mas que está no radar dos bancos centrais", afirmou Tombini, sobre a expansão monetária japonesa.

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