Mantega (esquerda) e Strauss-Kahn: diretor do FMI elogiou política fiscal brasileira| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que propôs ao Fundo Monetário In­­ternacional (FMI) um programa de retomada do crescimento para os países em crise na Europa. Segundo ele, além do ajuste fiscal já sinalizado por esses países, é preciso criar possibilidades de estímulo à expansão das economias, com reformas que visem ao aumento da produtividade.

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"Não chega a ser um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas é isso que eles precisam fazer. Só o crescimento gerará a renda necessária para o pagamento das dívidas’’, afirmou Mantega depois de encontro com o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Em entrevista, o ministro disse ainda que o governo não quer que o Brasil cresça 7% neste ano, mas avalia que uma taxa próxima de 6% é "perfeitamente sustentada’’ no longo prazo.

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De acordo com o Ministério da Fazenda, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre foi de 2% a 2,5% contra o último trimestre de 2009. No entanto, segundo o ministro, no segundo trimestre do ano, já houve uma desaceleração por conta da retirada dos estímulos fiscais concedidos pelo governo devido à crise.

Elogios

O diretor-gerente do FMI elogiou a política fiscal brasileira e disse não ver riscos para o futuro. "O Brasil acertadamente implementou a política fiscal necessária. Não houve estímulo demais nem estímulo zero. A situação é de elevado crescimento, conjuntura almejada por muitos países. A relação dívida/PIB vem caindo e o patamar está baixo. Não vejo tensão do lado fiscal se o governo implementar as políticas previstas’’, afirmou. Ele não vê tensão em relação à política fiscal para os próximos anos, desde que o governo cumpra o que está prometendo. Segundo ele, a situação do Brasil está melhor que a dos outros países não por acaso, mas por causa da adoção de políticas fiscais.