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Ministro diz que governo “tem juízo” para não impor Mantega na Vale; Lula indicou aliado

Alexandre Silveira
Afirmação de Alexandre Silveira destoa de negociação tocada por Lula para acomodar Guido Mantega na antiga estatal. (Foto: Ciaran McCrickard/Fórum Econômico Mundial)

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O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia (MME), disse nesta quinta (18) que o governo “tem juízo” para não impor a indicação do ex-ministro Guido Mantega para o conselho de administração da mineradora Vale, que já foi de propriedade estatal e privatizada há 26 anos.

Silveira, no entanto, afirmou que a participação do governo na sucessão da presidência da companhia é legítima e que o Executivo está envolvido nas discussões. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem trabalhado nas negociações.

Caso a indicação se concretize, Mantega pode ganhar um salário de aproximadamente R$ 100 mil mensais, com uma reunião ordinária mensal e participação em dois comitês internos, segundo revelou o Estadão.

“Nós não faremos nada que possa desrespeitar a governança da empresa. Nós não fazemos isso com a Petrobras, em que somos controladores. Mas nós vamos participar da discussão da maior mineradora do país, e queremos que ela volte a ter o posto de maior do mundo”, afirmou o ministro durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

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Entre as negociações tocadas por Lula está a possibilidade de acomodar o antigo aliado com a manutenção do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, no comando. Silveira ressaltou que o governo não impõe a escolha e busca uma decisão que beneficie a empresa.

Na semana passada, quando a informação veio à tona, a Gazeta do Povo pediu um posicionamento à mineradora e ao governo. A Vale informou que não vai se pronunciar sobre a negociação e a Presidência da República não respondeu à reportagem.

Silveira destacou que o petista foi o “ministro mais longevo” na Fazenda e criticou a discriminação de nomes devido à vida pública. “É alguém que está inabilitado a ocupar uma posição de destaque numa corporation? Na minha avaliação, não. Há uma imposição do governo para que ele ocupe uma posição na Vale? Não, peremptoriamente, não. O governo tem juízo e responsabilidade com o país", afirmou o ministro.

O término do mandato de Bartolomeo desencadeou a busca por um substituto. Além de Mantega, o nome de Luis Henrique Guimarães é cogitado, ligado ao empresário Rubens Ometto Silveira Mello, presidente da Cosan, uma das acionistas. Também detém ações da Vale o fundo de previdência Previ e as companhias BlackRock, Mitsui e Bradespar.

Sobre a escolha do próximo presidente, Silveira enfatizou que não há decisão e que os nomes precisam ser “qualificados”, sujeitos à aprovação do conselho. O ministro, crítico da privatização da Eletrobras, comparou a estatal à Vale, destacando a importância estratégica desta última no cenário econômico e social do país.

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