O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que o pior cenário em conseqüência das turbulências no mercado financeiro internacional seria uma hard-landing (jargão usado pelos técnicos para uma desaceleração forçada da economia). Observou, no entanto, que nos últimos dias a situação tem melhorado depois que o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) reduziu a taxa de redesconto, empréstimo usado diariamente para socorrer os bancos com necessidade de caixa.
O ministro disse que outra medida que pode ser tomada para "afrouxar" as pressões no mercado financeiro internacional, durante a reunião do Fomc (Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos) no próximo dia 18 de setembro, seria a redução das taxas de juros.
- Não sei se isso vai reduzir as turbulências, já que houve uma acumulo de ativos de má qualidade. Houve certa ousadia nas aplicações - afirmou.
De qualquer forma, Mantega disse que espera uma acomodação nos mercados financeiros.
De acordo com Mantega, não é surpresa a desaceleração da economia norte-americana, que já vinha sendo assimilada pelos investidores, principalmente depois do crescimento dos países da Europa e os emergentes.
A maior preocupação do ministro da Fazenda, no entanto, é com o que ele chama de "locomotiva do crescimento mundial", a China, grande consumidora de insumos de todo o mundo.
Segundo o ele, se houver uma desaceleração no comércio mundial, com redução no preço dos produtos básicos, haverá impactos para a balança comercial brasileira de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. "Mesmo assim, ficaríamos no lucro, pois o resultado [do superávit comercial] seria ainda de US$ 35 bilhões", disse.
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