Os empresários curitibanos Marcelo Reis, Vinícius Grein e Thiago Miashiro estão em ritmo de contagem regressiva. Em meio a reuniões de planejamento, conversas informais com consumidores e até participação no programa de entrevistas do comediante Danilo Gentili, os três preparam a “festa de aniversário” de um ano da marca Quantum, lançada no início de setembro do ano passado e que hoje já contabiliza duas linhas de celulares lançadas. A comemoração, ao que tudo indica, será em grande estilo: no fim de agosto, os “novatos” do concorrido mercado de smartphones apresentarão seu primeiro produto top de linha, cujo preço e especificações ainda são mantidas em segredo.
Quantum ajudou a Positivo a, pela 1ª vez, vender mais celulares que computadores
Ainda no início de 2015, os três amigos, todos na faixa dos 30 anos (Miashiro, o mais novo, tem 28), apelaram à lábia e às planilhas no Excel para convencer os executivos da Positivo Informática que valia a pena investir em uma marca nova em um mercado saturado de concorrentes – e no qual a empresa paranaense já atuava há anos com produtos próprios. Curiosamente, a Positivo comprou a ideia – literalmente, oferecendo sua linha de produção e bancando outros custos – e, ainda por cima, deu total autonomia para o trio de empreendedores tomar decisões.
A largada foi dada então com o Quantum GO, smartphone intermediário com visual refinado que angariou boas críticas na mídia especializada e gerou repercussão no boca a boca dos usuários. Mostrando que de fato tinha vida própria, a marca optou por abrir mão da forte presença da Positivo no varejo e apostou em vendas exclusivas pela internet, nos moldes do que marcas chinesas, notadamente a Xiaomi, estavam fazendo.
“Fisicamente estamos na sede da Positivo, na Cidade Industrial, mas somos uma unidade de negócios com gestão independente”, resume Marcelo Reis, o general manager da Quantum (ou, num bom português, diretor geral). Reis é o único dos três que não trabalhava na Positivo Informática quando o negócio foi proposto, embora tivesse atuado na companhia por vários anos – foi ali, inclusive, que todos se conheceram e, de colegas de trabalho, viraram amigos próximos.
Produto “sob encomenda”
A estrutura enxuta da Quantum – cerca de 40 pessoas atuam na unidade – é um desafio extra na hora de competir com os gigantes estrangeiros do setor, como Samsung, Lenovo e LG. Ao mesmo tempo, agiliza a tomada de decisões e aproxima a marca de seu público consumidor. Não são raras as vezes em que Grein, responsável pelos quesitos técnicos dos aparelhos, se vê ouvindo pitacos ao telefone de usuários desconhecidos, que dão ideias de melhorias e incrementos para os celulares.
O trio garante que toda sugestão, independente de onde venha, é levada a sério e discutida. Tanto que a enxurrada de comentários feitos por consumidores nas redes sociais da marca, pedindo uma tela e bateria maiores, embasaram a criação da nova linha de smartphones, lançada neste mês e batizada de Quantum MÜV.
“Quando lançamos a Quantum, chegamos com um produto muito competitivo em termos de preço. Hoje o nosso grande desafio é passar a ser uma opção de compra antes mesmo do consumidor chegar na loja. E queremos vencer esse desafio justamente por meio dessa proximidade que temos com as pessoas”, afirma Grein, diretor de Produtos da marca.