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Processo judicial

Marca Drogamed deve ser leiloada até o fim deste ano

Rede, que chegou a liderar mercado de farmácias no estado, entrou em crise no início da década passada | Pedro Serapio / Gazeta do Povo
Rede, que chegou a liderar mercado de farmácias no estado, entrou em crise no início da década passada (Foto: Pedro Serapio / Gazeta do Povo)
Antiga fábrica da Ika, em foto do ano passado: débito trabalhista de R$ 12 milhões |

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Antiga fábrica da Ika, em foto do ano passado: débito trabalhista de R$ 12 milhões

Alguns nomes que você não vê há anos no mercado podem dar as caras outra vez. Cada vez mais frequente no estado, a venda de marcas falidas aparece como um recurso para arrecadação de fundos e pagamento de débitos como impostos e questões trabalhistas. É o caso da Drogamed, que já foi a maior rede de farmácias do Paraná. Com falência decretada em 2008, a empresa recorreu à prática e terá sua marca leiloada até o fim do ano. A dívida total é estimada em torno de R$ 70 milhões.

Em 2008, a empresa teve seus ativos vendidos por R$ 8,5 milhões ao grupo dono da Nissei. A marca, que continuou na massa falida, deve ser vendida por um valor simbólico, ainda em fase de valoração pelo leiloeiro Hélcio Kronberg. "Lamentavelmente, no seu período final, a empresa adotou uma politica que não manteve a valoração da marca", diz.

Segundo Joaquim Rauli, gestor da massa falida da empresa, a previsão é de arquivamento do processo no primeiro semestre de 2015, após aprovação do plano de pagamento de ações trabalhistas, que somam um débito em torno de R$ 10 milhões. Atualmente, a massa tem R$ 12 milhões em conta.

Depois de anos no topo do segmento de farmácias no Paraná, a Drogamed entrou em crise perto do ano 2000. Na ocasião, o grupo chileno Farmacias Ahumada S/A (Fasa), adquiriu 67% de participação. Após um ano, insatisfeito com a administração chilena, o fundador da rede, Aparecido Camargo, saiu da sociedade. Em 2006, depois de anos de operação no vermelho, a Fasa vendeu sua participação para o peruano Hugo Rodríguez, na época CEO da rede, com um prejuízo avaliado em R$ 9 milhões. Dois anos mais tarde, foi decretada a falência.

Outros casos

Os principais casos de processos de falência no Paraná incluem, além da Drogamed, a marca de alimentos Tip Top, que arrecadou mais de R$ 18 milhões com a venda conjunta de sua marca, fábrica e maquinário, e a marca de malas de viagem Ika, cuja propriedade está em avaliação.

A Ika teve falência decretada em 1994, mas sua marca foi vendida a terceiros, que a mantiveram ativa no mercado. Segundo Rauli, que assumiu a gestão da massa falida em 2013, a legitimidade da venda está sob avaliação da Justiça. A dívida total da empresa ainda está sob avaliação do advogado. O débito em questões trabalhistas é de aproximadamente R$ 12 milhões.

"A Ika esteve no cotidiano dos curitibanos por muitos anos e tem renome nacional, ainda tem boa penetração de mercado. Se for a leilão, pode render boa arrecadação", diz o leiloeiro Helcio Kronberg, responsável pela valoração da marca.

Tip Top

Muito presente no imaginário do público há alguns anos, a Tip Top decretou sua falência em 1991, mas foi mantida ativa por arrendatários. Segundo o gestor Paulo Vinícius do Barros Martins Junior, o cenário do processo de falência é otimista. "A expectativa é que o processo seja encerrado no próximo ano, com possibilidade de manutenção de parte do patrimônio pelo proprietário". A venda conjunta da fábrica, maquinário e marca foi realizada em agosto e arrecadou mais de R$ 18 milhões, pagos à vista pela indústria alimentícia Salvatti.

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