668 mil é o número de turistas esperados nos cruzeiros brasileiros na temporada 2013/2014, 12% menos que a passada, que já havia apresentado retração
Praticagem
Entrar e sair de Salvador é 2.789% mais caro que atracar em Barcelona
Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar), o porto de Salvador cobra pela praticagem US$ 109,7 mil, 519% a mais do que o de Pequim e 2.789% a mais do que o de Barcelona. O preço é referente a duas manobras, de entrada e saída, para navios com até 137 mil toneladas. O porto de Santos, o segundo mais caro, cobra US$ 44,8 mil, e o de Ilhabela, US$ 37,6 mil.
Os valores são mais altos do que os cobrados em portos de cidades como Nova York, Miami, Sydney e Veneza. No Brasil, assim como no restante da América Latina, as maiores empresas são a MSC Cruzeiros, Grupo Costa (Costa Cruzeiros e Ibero Cruzeiros), Royal Caribbean e Pullmantur. O impacto direto e indireto do setor de cruzeiros marítimos na economia do país é de R$ 1,4 bilhão.
Queridinho dos brasileiros nos verões da última década, os cruzeiros marítimos estão perdendo espaço no Brasil e em outros países da América Latina. Entre os principais entraves dos gigantes flutuadores estão a falta de infraestrutura e o alto custo de operação portuária.
O Brasil, país que chegou a ocupar a 5.ª colocação no ranking mundial de cruzeiros, caiu para a 7.ª posição e perdeu mercado nos últimos dois anos. Na última temporada, os navios que percorreram a costa brasileira transportaram 762 mil passageiros, 9% a menos que na temporada anterior, quando foram registrados mais de 805 mil passageiros. E a próxima deve ser ainda pior.
Doze navios devem circular pela costa brasileira na temporada de cruzeiros 2013/2014, que vai de novembro a abril do ano que vem. A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar) espera fluxo de 668 mil turistas, número cerca de 12% menor que no ano passado. "Os altos custos de operação, a limitada condição da infraestrutura portuária brasileira e o alto investimento de destinos internacionais tornaram o Brasil menos competitivo neste segmento", diz Ricardo Amaral, presidente da entidade.
Mar agitado
Embora não hajam indicativos de que a situação vai melhorar, principalmente em curto prazo, há quem acredite no mercado. Na semana passada, a Pullmantur anunciou que vai abrir uma sede na América Latina para, em três anos, liderar o mercado regional de cruzeiros e atingir a marca de 500 mil passageiros transportados, o equivalente a 70% do total de passageiros. O local ainda não foi divulgado.
Relatórios da Cruise Lines International Association (CLIA), entidade internacional do setor de turismo de Cruzeiros Marítimos, apontam situações igualmente desconfortáveis no Chile, Uruguai e Argentina. No entanto, por ser um mercado relativamente novo, há muito a ser explorado na região. Um documento de janeiro deste ano cita a Copa do Mundo, as Olimpíadas e os novos terminais de passageiros de Valparaíso, no Chile, e Montevidéu, no Uruguai, como oportunidades para criação de novos roteiros, que podem baratear os custos de operação.
Na opinião de Renê Hermann, diretor geral do Grupo Costa para a América do Sul, o Brasil ainda tem um forte apelo turístico para atender seus turistas e as escalas em cidades como Rio de Janeiro, Búzios, Angra dos Reis e Salvador estimulam os passageiros a viajar de navio pelo país. "Embora o Brasil tenha caído duas posições no ranking mundial de cruzeiros, é importante ressaltar que o mercado sul-americano, de maneira geral, está propenso a navegar", conta.
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast