O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, tranqüilizou nesta quarta-feira os passageiros que compraram pacotes da Varig para o mês de julho - período de alta estação - para viajar pelo Brasil. Ele disse que os passageiros não terão prejuízo caso a empresa cancela os vôos, mas não deu detalhes de como os clientes seriam ressarcidos.
- Ninguém ficará no prejuízo - limitou-se a dizer.
O ministro disse ainda que o setor de turismo está crescendo mais de 20% e que a Varig se destoa desse quadro porque tem um problema de origem estrutural.
- Isso não é de hoje, é do passado. Ela não teve estrutura de capital lá atrás para se autodefender - disse.
Mares Guia disse ainda que o setor não deve sofrer grande impacto em caso de falência da companhia porque a TAM e a GOL já ocupam mais de 80% do mercado brasileiro.
- Mesmo que a Varig tivesse mais do que o percentual que ela detém hoje de 10% do mercado, não haveria problema. A TAM e a GOL já ocupam 84% desse espaço.
Walfrido defendeu ainda as operadoras que venderam pacotes da companhia:
- As operadoras vendem os pacotes de acordo com as empresas que estão aí. Tem uma demanda do mercado, alguém vai ter que vender. As operadoras cumprem seu papel de estimular os turistas a viajar a todo o mundo - disse.
O ministro elogiou o trabalho da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na condução da crise da companhia e disse que a agência foi criada na hora certa. Mares Guia disse que o gabinete montado no Ministério da Defesa está funcionando 24 horas por dia e que há representantes do Ministério do Turismo participando do grupo que busca uma solução para a crise.
Walfrido disse que as demais companhias atenderam prontamente ao chamado do governo para discutir a situação da Varig e das rotas da companhia.
- Houve solidariedade enorme de todas as companhias, que disseram sim ao chamamento da Anac e do governo. Podemos ter um pouquinho de turbulências, mas não teremos problema - disse.
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