Dificuldade
Convivência com outros grupos nem sempre é pacífica, diz psicólogo
Em um primeiro momento, a ideia de poder trabalhar em um espaço estruturado por um preço reduzido encanta, mas é preciso ter cuidado antes de assinar o contrato e assumir o modelo. Com prática em psicologia organizacional, o professor de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá Fábio José Orsini Lopes diz que é necessário avaliar a convivência com grupos e culturas distintas. "Mesmo tendo interesses e objetivos parecidos, cada um reflete sua cultura, seu ambiente. É preciso pesar isso também." Mau humor, falta de ética e desrespeito podem acender a luz vermelha na hora de decidir pelo sistema.
Cassiano Palhares, 31 anos, é designer gráfico. Há quatro anos trabalha em casa. Quando ouviu sobre a abertura da empresa maringaense logo se animou. Chegou a ir ao local e orçar o aluguel que pagaria pelo serviço, mas acabou desistindo. "Tenho medo de que não dure. Aí você dá a estrutura para o cliente e corre o risco de em pouco tempo ter de voltar para casa", diz. "Além disso, gosto do silêncio."
R$ 600 é o valor mais barato de locação no Espaço Office. Os preços são estipulados de acordo com cada negócio.
70% das pessoas que procuram o coworking ainda não sabem ao certo como o serviço funciona.
Os escritórios compartilhados já fazem parte do cenário das grandes capitais brasileiras, mas em Maringá, no Norte do Paraná, o conceito ainda está em fase de descoberta. A primeira empresa de coworking se instalou há cerca de três meses. Por enquanto, 25 clientes dividem as salas da Espaço Office. De acordo com um dos proprietários, muita gente bate à porta com a curiosidade de saber que tipo de serviço é esse. A explicação é simples: trata-se de um espaço amplo compartilhado por profissionais de vários ramos e empresas que pagam um valor mensal para usufruírem da estrutura.
A ideia de implantar o sistema em Maringá partiu de três advogados. Recém-formados João Luiz Santana Daufenbach, Luiz Fernando Vila Moreli e Gabriel Luiz Doro pesquisaram, estudaram e viajaram antes de se aventurarem no mercado. Daufenbach conta que cerca de 70% das pessoas que procuram a empresa ainda não sabem ao certo como o serviço funciona. A novidade tem feito os telefones tocarem o dia todo. "A maioria não tem ideia do que é. Pedimos para que venham aqui e vejam a estrutura."
Quem já andava de olho no mercado esperando o modelo de trabalho deslanchar em Maringá não perdeu tempo. O advogado e empresário diz que, logo após a inauguração, os primeiros clientes apareceram. Advogados, arquitetos, designers e outros autônomos em busca de estrutura e economia.
Infraestrutura
À disposição dos profissionais estão salas climatizadas, salas de reunião, linha telefônica, internet, endereço fiscal e a fuga do alto custo imobiliário. "Por baixo, o profissional economiza cerca de R$ 4 mil mensais", explica Daufenbach, elencando os gastos básicos com aluguel, secretária e serviços de luz, água e internet.
Para dividir o espaço também não tem segredo. Os pacotes, que partem de R$ 600, são condicionados de acordo com a necessidade de cada um. "Dá para negociar", diz.
Segundo ele, quem experimentou o serviço não pensa em abandonar. É o caso do designer gráfico Tomas Cosin. Adepto do home office, o profissional resolveu fazer um teste com o coworking por 30 dias. "Antes eu fazia reuniões em cafés ou livrarias. Agora o negócio é mais formal, não saio mais daqui", diz.
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