O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a disparar críticas ao Banco Central. Perguntado sobre o nível da taxa de juros e seu impacto sobre o câmbio, Marinho afirmou que o BC não pode olhar somente para a meta de inflação. "A taxa de câmbio precisa flutuar de acordo com os interesses do país", afirmou durante a divulgação dos dados do emprego formal em 2006.
O ministro repetiu as críticas feitas anteontem ao afirmar que o BC errou na política monetária, não somente em 2005, quando manteve a taxa em 19,75% ao ano até setembro, mas também neste ano ao reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros. Em janeiro de 2007, após cinco reuniões de queda de 0,50 ponto porcentual, o BC diminuiu a intensidade dos cortes para 0,25 ponto porcentual, fixando a Selic em 13% ao ano. O patamar é o mais baixo da história brasileira, mas representa os juros reais mais elevados do mundo.
Na avaliação de Marinho, o fato de os juros reais serem os mais elevados do planeta influencia um ingresso maior de recursos no país, impactando com isso, a já valorizada taxa de câmbio. Nos últimos dias, o dólar voltou a cair abaixo de R$ 2,10, aumentando, com isso, a preocupação do setor produtivo sobre a remuneração das suas exportações.
Boato
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o aquecimento da economia já irá propiciar um maior número de empregos, ao se referir às críticas de Marinho. Mantega voltou a descartar medidas para conter a valorização do real e desmentiu boatos sobre a saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central.
"Não é com artificialismo que nós vamos acertar a situação cambial. Temos que pensar que o Brasil é um país sólido e isso afeta o câmbio. Hoje o brasil é um país que tem muita reserva e o nosso superávit comercial continua sólido.", por isso está sobrando recursos no país.