O mau momento do mercado de trabalho brasileiro se prolonga por mais tempo do que em outras crises. Em julho, o desemprego medido pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que acompanha seis regiões metropolitanas, subiu para 7,5%, informou nesta quinta-feira (20) o IBGE.

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Foi a sétima alta seguida, a mais longa sequência de elevações da taxa de toda a série histórica, iniciada em 2002. Esta é também a piora mais intensa desde então: um salto de 2,6 pontos percentuais frente à taxa de 4,9% de julho do ano passado. Este ano, a taxa avançou 3,2 pontos percentuais.

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IBGE informou nesta quinta-feira (20) que a taxa de desemprego no país chegou a 7,5% em julho, a maior para o mês em seis anos

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A chamada população desocupada – aqueles que estão em busca de vagas, mas não encontram – chegou a 1,84 milhão de pessoas, alta de 56% ante julho do ano passado. Foi o maior avanço nesse tipo de comparação desde o início da série da PME.

Tradicionalmente, o início do segundo semestre é o momento de virada dos índices de desemprego em anos de crise. Em 2009, quando a economia sentia os efeitos da crise global, a taxa oficial chegou a 8,9% em abril, mas começou a cair em maio, encerrando o ano em 6,8%. Em 2003, o indicador subiu por seis meses seguidos, alcançando 13% em junho, para recuar levemente em julho e fechar dezembro em 10,9%.

Agora, contudo, o país vive um momento sem precedentes, dizem economistas. E o desemprego pode continuar subindo. “A curva [do gráfico] está completamente fora do padrão. O comportamento neste ano já está diferente dos outros e, provavelmente, vai continuar diferente. Pelo que a gente está olhando, é possível que ainda tenha crescimento do desemprego nos próximos meses”, afirma João Saboia, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em mercado de trabalho.

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José Márcio Camargo, economista da Opus Gestão de Recursos e professor de economia da PUC-Rio, acredita que, mesmo com o período de preparação para o Natal – em que o desemprego costuma cair pelas vagas temporárias –, a taxa deve aumentar na próxima metade do ano e vai encerrar 2015 entre 8% e 8,5%. No final de 2016, o especialista estima que o índice chegue a 12% da força de trabalho.

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Procura maior

O resultado de julho foi influenciado não só pelo aumento das demissões, mas também pela maior procura por emprego, principalmente por causa da queda da renda, que caiu 2,4% ante julho do ano passado, para R$ 2.170,70.

A população economicamente ativa – que engloba os que estão empregados e os que estão em busca de vagas – cresceu 1,9% frente o ano passado, chegando a 24,6 milhões.