McDonald´s confirma venda das operações na América Latina por US$ 700 milhões

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O McDonald's confirmou nesta sexta-feira, pela manhã, a venda das operações da rede na América Latina por US$ 700 milhões em dinheiro. O grupo comprador é liderado pelo argentino Woods Staton e tem a participação da Gávea Investimentos, gestora de recursos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga .

Woods Staton é ex-presidente do McDonald's Argentina e foi o responsável por levar a rede para a Argentina há 22 anos. A venda é parte de um plano do McDonald´s para concentrar recursos em outras regiões do mundo.

Em nota, Fraga confirmou a participação da Gávea Investimentos no negócio mas não informou o percentual de cada sócio na nova empresa que será formada para administrar o negócio. Além da Gávea Investimentos, também têm participação no negócio dois grupos de investidores estrangeiros, o Capital Group Companies e o DLJ South American Partners.

"A Gávea Investimentos tem a satisfação de confirmar o nosso investimento nas operações do McDonald’s na América Latina. Nossa decisão de investimento foi baseada na qualidade e potencial inigualáveis do McDonald’s como negócio na região e na competência de gestão, experiência e liderança do Sr. Woods Staton que vai presidir a nova entidade", afirmou.

O presidente da operação brasileira da rede McDonald´s, Sergio Alonso, informou, também em nota, que Staton estará no Brasil em breve para anunciar seus planos de investimentos na região.

"O Brasil é um dos dez mercados prioritários dacompanhia, e possui uma estrutura reconhecida como uma das mais eficientes no mundo McDonald's", disse Alonso. A maior rede de lanchonetes do mundo está no país há 28 anos.

nasce como uma das 100 maiores empresas da América Latina, com faturamento de US$ 2,3 bilhões e 75 mil funcionários. Staton começou no Sistema McDonald’s há 22 anos, com a operação da Argentina.

Staton terá a concessão da licença por 20 anos

A McDonald’s Corporation informou que o negócio consiste em uma concessão de licença com duração de 20 anos nos 18 mercados da América Latina, que eram operados diretamente pela corporação. Além disso, Staton dará suporte aos demais 10 mercados onde a rede está presente com outros licencitários, entre eles Paraguai, Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador e alguns países do Caribe.

O Brasil é o principal mercado da região e o oitavo da rede no mundo, tendo apresentado crescimento de dois dígitos nos últimos três anos (12% em 2004; 13,1% em 2005; e 14,5% em 2006), segundo o McDonald´s.

A empresa informou que são cerca de 1,6 mil restaurantes na América Latina, entre lojas próprias e fraqueadas. As operações brasileiras do McDonald's compreendem 1.146 pontos de venda que incluem 544 restaurantes (também entre franqueadas e próprias), 602 quiosques e 48 cafés distribuídos por 134 cidades do país. No ano passado, a rede faturou no Brasil 2,4 bilhões de reais.

O McDonald's informou que vai usar os recursos para dividendos e recompra de ações. A companhia agora espera distribuir US$ 5,7 bilhões de dólares em dividendos e para programas de recompras de ações em 2007 e 2008.

- Sob este acordo, o McDonald's irá simplesmente recolher royalties desses restaurantes e eles não mais vão ter de comprometer capital com investimentos - disse John Owens, analista da Morningstar, sobre o acordo. O analista informou que a operação deve melhorar o retorno sobre capital investido do McDonald's, uma medida de eficiência de utilização derecursos financeiros por uma empresa.

Nesta sexta-feira, o McDonald's também anunciou aumento de seu lucro líquido no primeiro trimestre do ano, reflexo da forte demanda nos Estados Unidos por seu novo produto - o Chiken Snack Wrap - e melhora em sua performance em mercados internacionais como China, Japão, França e Rússia.

O lucro líquido da empresa somou US$ 762,4 milhões ou US$ 0,62 por ação. No mesmo período do ano passado, o McDonald's teve lucro líquido de US$ 625,3 milhões, o equivalente a US$ 0,49 dólar por ação.

Analistas de Wall Street esperavam um lucro equivalente a US$ 0,57 por ação, de acordo com a Reuters.