Padrão Lojas não vão sofrer alterações de formato

Os restaurantes do McDonald’s em todo o Brasil não vão sofrer nenhuma alteração no seu formato, apesar da troca de comando divulgada ontem. De acordo com a assessoria de imprensa da rede no Paraná, o novo dono vai manter o formato de negócio do McDonald’s, que é igual no mundo todo. A rede possui 23 restaurantes no Paraná. Destes, apenas sete são de franqueados. O restante é da própria multinacional.

O McDonald’s promoveu a recompra da maior parte das franquias no Brasil há dois anos, em acordo com um grupo de franqueados descontentes com o negócio. De acordo com o empresário Jacques Rigler, ex-franqueado da rede e um dos líderes do movimento na época, a venda da rede no Brasil mostra que a atividade não era lucrativa. "Eles estão saindo do Brasil e da América Latina alegando que não tinham lucros. E isso que eles têm mais facilidade do que nós, que tínhamos que pagar um aluguel injusto. Isso mostra que tínhamos razão na nossa luta", afirmou. Rigler é hoje franqueado da rede Bob’s. Segundo ele, a entrada de um grupo financeiro na rede do McDonald’s no Brasil não deve modificar a concorrência. "Eles vão ter maior fôlego financeiro, é claro, mas a nossa rede está bem consolidada", acrescentou.

O McDonald’s começou suas atividades no Paraná em 1989, com uma loja na Rua XV, em Curitiba, Atualmente a rede tem 13 resturantes na capital, 4 em Londrina, 2 em Maringá, e 1 unidade em Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e São José dos Pinhais.

Rosana Felix com agências

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São Paulo – O McDonald's vendeu ontem suas operações em 18 países da América Latina, inclusive o Brasil, por US$ 700 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão). O comprador foi a Restco Iberoamericana, presidida por Woods Staton, até então masterfranqueador da marca na Argentina. Associado a Staton, completou a operação um grupo de investidores formado pela Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, e pelos grupos especializados em mercados emergentes Capital International e DLJ South American Partners.

"Queremos reabrir as oportunidades de crescimento em todos os países latino-americanos", afirmou Staton durante o anúncio.

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A preocupação faz sentido. Apesar de ter crescido a índices superiores a 10% nos últimos três anos no Brasil e em alguns outros países da região, toda a operação latino-americana tinha tornado-se um problema dentro do McDonald's. Segundo analistas, vivia um momento de estagnação e enfrentava forte avanços dos concorrentes. "Empresas como Burguer King e o próprio Bob's, que está licenciando o KFC, aproveitaram-se do estado quase moribundo do McDonald's para avançar", diz Kan Wakabayashi, sócio da consultoria Cypress Associates.

Além disso, a operação latina pressionava os controladores americanos pela baixa rentabilidade. Dos US$ 21,5 bilhões de faturamento do grupo no mundo, a América Latina respondeu por US$ 1,7 bilhão no ano passado, equivalente a 7,7% do total. Quando se olha sob a perspectiva do lucro operacional, no entanto, o percentual latino-americano cai para 1,2% de participação.

"Os controladores americanos se livraram de um mico que tinham em mãos", afirma Eugênio Faganholo, da Mixxer, consultoria especializada em varejo. Tanto é assim, diz o consultor, que, apesar de ter recebido US$ 700 milhões, a empresa assumiu contabilmente que a venda valia US$ 1,5 bilhão, deságio encarado como prejuízo.

"Sob o comando de Staton, o grupo crescerá duas vezes mais do que fizemos nos últimos dois ou três anos", afirmou Matt Paul, diretor financeiro do McDonald's.

Entre os planos para o mercado brasileiro estão a abertura de 150 novos restaurantes nos próximos três anos. "Vamos dar prioridade aos nossos atuais franqueados", afirma Sérgio Alonso, presidente do McDonald's no Brasil.

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Para suportar o crescimento, a Restco Iberoamericana, que assumiu o compromisso de investir US$ 100 milhões ao ano na operação, pode abrir capital no médio prazo. Apesar de Staton dizer que a perspectiva não é imediata, ele não descartou a hipótese e o mercado acredita que a alternativa é inevitável.