Os advogados da Microsoft criticaram nesta segunda-feira os constantes "enganos" cometidos pela Comissão Européia - que acusa a fabricante de softwares de abusar da posição de líder de mercado - e reforçaram que a venda do programa de reprodução de áudio e vídeo Media Player como parte do sistema operacional Windows não afeta a concorrência.
Em sua primeira intervenção no Tribunal de Primeira Instância da União Européia, o advogado e representante da Microsoft, Jean-Francois Bellis, lamentou que a Comissão não tenha investigado a expectativa dos consumidores e dos fabricantes de computadores antes de obrigar a empresa a vender uma versão do sistema operacional Windows sem o Windows Media Player.
Bellis argumentou que a falta de demanda para esta separação de sistemas está mais do que evidente, já que desde que iniciou a venda do Windows XP N, que não inclui o Media Player, nenhum fabricante de computador pré-instalou o sistema e, até março de 2006, a Microsoft havia distribuído apenas 1.787 unidades do sistema operacional ao varejo, menos de cinco para cada mil unidades de Windows vendidos.
- Não sabemos quantos programas foram vendidos, mas certamente algumas pessoas compraram o software como um 'souvenir' do único programa desenhado pelo Departamento Geral de Concorrência européia - ironizou Bellis, ao se referir ao departamento responsável pelo processo contra a Microsoft na Comissão Européia.
Até a próxima sexta-feira, dia 28, a Microsoft se defenderá em audiências no Tribunal europeu contra a decisão da Comissão Européia, que em março de 2004 processou a Microsoft por abuso de poder segundo leis antitruste. A empresa foi obrigada a pagar uma multa recorde de 497,2 milhões de euros (mais de US$ 600 milhões) e a comercializar uma versão do sistema operacional Windows sem o programa de reprodução de multimídia. A empresa também foi recomendada a compartilhar o código de programação do Windows Media com empresas concorrentes para garantir a interoperabilidade de softwares.