Entre 2000 e 2005, houve queda de 4,4% no salário médio mensal pago para funcionários com carteira assinada no país. Medindo-se em salários mínimos, a média caiu de 5 salários para 3,7 no período. O recuo foi maior em empresas com maior número de empregados, enquanto nas pequenas e micro-empresas a média chegou a aumentar. Os dados fazem parte do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, 5,7 milhões de organizações formais brasileiras (entre empresas, entidades sem fins lucrativos e a administração pública) empregavam 32,2 milhões de assalariados em 2005, um crescimento de 28,5% em relação a 2000. Foram pagos, em 2005, R$ 444,3 bilhões em salários e remunerações, um aumento de 22,8%, ou R$ 82,5 bilhões, em relação a 2000. Fazem parte do estudo organizações inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o segmento formal da economia brasileira. Do total, 89,9% eram empresas, 0,4%, órgãos da administração pública e 9,7%, entidades sem fins lucrativos.
Nas empresas, o recuo no salário médio mensal foi maior que a média total. O valor caiu de R$ 1.034,86 para R$ 975,52, uma diferença de 5,7%. A administração pública, que pagou o salário médio mensal de R$ 1.313,06 em 2005, apresentou a menor queda (-1,2%). As entidades sem fins lucrativos também apresentaram queda (-1,5%), com salário médio mensal de R$ 1.025,57 em 2005.
O levantamento do IBGE mostou ainda que as micro e pequenas empresas, que empregam até 4 pessoas, reinam quase que absolutas no Brasil. Em 2005, eram 4,2 milhões de organizações desse porte, o que representa 83% do total do país. Os salários destas foram os que mais cresceram. A média paga passou de R$ 598,62, em 2000, para R$ 621,08, cinco anos depois. As grandes, que empregavam de 500 a mais funcionários, somaram 4,3 mil unidades, o que corresponde a 0,1% do total nacional. Nestas, a média salarial caiu de R$ 1.622,40 para R$ 1.462,15. De acordo com Roberto SantAnna, gerente do planejamento e análise do Cempre, a diferença é explicada pela rotatividade e uma política de reajuste de salários rígida para quem ganha mais. "Do total pago em salários, 42,5% são em até dois salários mínimos. Houve aumento do salário mínimo acima da inflação no período, o que beneficiou as pessoas que ganharam pouco, mas isso não se refletiu nos salários como um todo", disse.
Em 2000, 30,8% dos assalariados nas empresas recebiam até dois salários mínimos. Em relação aos que ganhavam mais de oito salários mínimos, o porcentual caiu de 14,7% para 8,4% cinco anos depois.
A diferença entre os maiores salários médios mensais em salários mínimos médios e os menores passou de 6,2 vezes, em 2000, para 5,4 vezes, em 2005. Segundo o IBGE, essa redução parece refletir dois efeitos: a pequena queda do salário médio real (medido pelo IPCA) e o crescimento real do salário mínimo que, no período, variou 31 pontos porcentuais a mais que o IPCA.
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