A avaliação dentro do Banco Central (BC) a respeito das medidas anunciadas nesta segunda-feira para conter valorizações cambiais adicionais foram consideradas mais duras do que as primeiras, sobretudo porque acertam os derivativos. Estas operações, lastreadas na variação de ativos como ações, juros e câmbio em um período de tempo - o que na prática é uma aposta em quanto os preços dos ativos se comportarão - são um dos principais canais de ingressos de dólares do país, ao permitirem máximo ganho em comparação com o baixo custo de captação do dinheiro no exterior (a chamada arbitragem).

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Acredita-se, no BC, que as medidas terão efeitos pelo menos no curto prazo, evitando que o dólar se desvalorize mais ainda em comparação ao real. Além disso, a autoridade monetária continuará comprando dólares no mercado à vista, para atenuar as oscilações cambiais.

No entanto, o BC avalia que a superdosagem de IOF sobre o capital estrangeiro não será "o condão" que vai alterar a tendência de forte fluxo de recursos internacionais. Mudar sensivelmente esse quadro não depende do Brasil, mas sim dos países desenvolvidos que ainda têm dificuldades de crescer, como os Estados Unidos.

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Lá, o Fed (banco central americano) tem "inundado" o mercado com mais recursos para estimular a atividade, além de derrubar os juros. Esse capital acaba sendo direcionado para mercados emergentes, como o Brasil, que têm melhores espectativas de crescimento e pagam juros muito superiores - a Taxa Selic está em 10,75% ao ano, a maior do mundo. Nos EUA, os juros estão praticamente em zero.

Por isso, o BC mantém a opinião de que é preciso esperar um pouco mais para atuar no mercado futuro, por meio de leilões de swap cambial - que, na prática, equivalem a uma compra futura de dólares -, e sentir como o mercado internacional vai agir nesta questão cambial.