O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o governo anunciará nos próximos dias medidas para garantir a oferta de etanol no país. "Vamos avaliar se reduzimos ou não a mistura [do álcool à gasolina, hoje em 25%] e medidas de caráter financeiro para ajudar os produtores", afirmou. A data-limite para essa definição, segundo o ministro, é 31 de agosto, "mas nada impede que façamos algo antes", acrescentou.
Segundo o ministro, a escassez de álcool se deve ao aumento das vendas de carros flex, que usam os dois combustíveis, e ao "envelhecimento" dos canaviais. Apesar disso, o ministro afirmou que não faltará álcool. "Nós já importamos etanol dos EUA e podemos importar mais", prometeu Lobão. Já sobre o reajuste da gasolina no Brasil, o ministro afirmou que ainda não trabalha com essa hipótese.
Lobão disse ainda que a 11.ª rodada de licitações de áreas de exploração de petróleo e gás está sob avaliação da presidente e espera que o leilão seja feito no fim deste ano. Nesse leilão, segundo o ministro, haverá preponderantemente áreas de exploração no Nordeste, como no Maranhão, Paraíba e Piauí.
Pré-sal
Lobão também disse que a produção de petróleo no Brasil deverá aumentar 185% nos próximos dez anos, fazendo do país um dos dez maiores exportadores mundiais de petróleo em 2020. A produção de gás natural, também de acordo com o ministro, deve crescer 280% nos próximos dez anos. Até 2019, informou Lobão, os investimentos em exploração, produção e oferta de petróleo e gás, incluindo a indústria naval, devem somar R$ 932 bilhões.
O ministro, que participou do seminário "Pré-sal: Uma transformação na cadeia produtiva de petróleo e gás", promovido pela revista Carta Capital, afirmou também que o país estava, em 2010, na 15.ª posição em termos de reservas de petróleo, na comparação com o resto do mundo, e foi o 13.º maior produtor. Ele ponderou, no entanto, que o consumo de petróleo também aumentou. Segundo ele, o Brasil é hoje o sétimo maior consumidor, acima, por exemplo, da Alemanha. Em 2010, o Brasil se tornou o 35.º maior produtor de gás natural do mundo e ocupava a 38.ª posição entre os maiores detentores de reservas de gás natural.
