O medo das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue e zika, fez com que muita gente corresse às farmácias em busca de proteção contra o mosquito. A venda de repelentes disparou nesses estabelecimentos, crescendo quase 130% nos últimos dois meses, segundo o Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos do Estado do Paraná (Sindifarma-PR).
De acordo com o presidente da organização, Edenir Zandoná, a preocupação resultou, em algumas farmácias, em uma demanda até cinco vezes maior do que a apresentada no último verão. “Nessa época, era comum vendermos uma ou duas unidades por dia. Agora, esse número chega a dez”, detalha.
Com 2.203 casos registrados no Paraná, a dengue não preocupa apenas as regiões mais afetadas. Segundo a rede de farmácias Panvel, a venda de repelentes subiu 400% somente em Curitiba em relação ao mesmo período do ano passado. No litoral, região mais afetada pela doença, a situação é parecida. Consultadas pela reportagem, várias farmácias de Paranaguá, Matinhos e Guaratuba estavam sem estoque ou com apenas algumas poucas unidades nas prateleiras. “O movimento está bem alto. Às vezes, recebemos um carregamento com 100 frascos e eles acabam em uma única tarde”, conta a vendedora de uma das lojas de Paranaguá, cidade que sofre com uma epidemia do Aedes.
E esse aquecimento do setor pode pesar no bolso do consumidor. Para o presidente do Sindifarma-PR, ainda não é possível dizer se os produtos manterão seus preços. “As farmácias ainda estão repondo seus estoques com os fornecedores. É agora que vamos observar se haverá ou não um aumento”, explica.
Estoques
Zandoná explica que a alta demanda não é a única razão para as prateleiras vazias. “Esse aumento coincidiu com o período de férias, o que atrasou a reposição em vários locais. A maioria das lojas está reabastecendo só agora”, diz o presidente, que destaca que as vendas só não foram maiores pela falta do produto no mercado. Já para Suelen Nichelle, da Panvel, as fabricantes não deram conta da procura.
Segundo a RB Brasil, responsável pelas marcas Repelex e SBP, a empresa está trabalhando para manter os estoques. A gerente de categoria Holly Garbett conta que o abastecimento em novembro de 2015 foi quase 30% superior ao mesmo período do ano passado e que a busca por repelentes fez com que o setor crescesse 57%. Já a SC Johnson, proprietária da OFF!, não divulgou números, mas disse estar redobrando os esforços para aumentar a produção e manter o fornecimento contínuo de seus produtos.