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Medo de estagnação derruba Bovespa para níveis de 2009

A bolsa brasileira despencou ao menor nível em quase dois anos nesta terça-feira (02), seguindo de perto a forte baixa das ações norte-americanas, por causa da preocupação com o crescimento da economia global e com a dívida dos países europeus.

O Ibovespa recuou 2,09 por cento, a 57.310 pontos. É o menor patamar de fechamento desde 4 de setembro de 2009, quando ficou em 56.652 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 6,3 bilhões de reais.

O mercado praticamente ignorou a aprovação do acordo nos Estados Unidos para elevar a dívida do país e evitar uma moratória. Após uma série de indicadores piores que o esperado sobre a economia global nas últimas semanas, o mercado agora revisa para baixo as previsões sobre o crescimento mundial.

O número mais recente, nesta terça-feira, mostrou que o gasto do consumidor norte-americano caiu em junho pela primeira vez em quase dois anos. Na sexta-feira, o mercado aguarda o relatório de emprego dos Estados Unidos, que decepcionou os investidores no mês passado.

"Aumentaram o limite do cheque especial (nos Estados Unidos). Mas e agora, será que a economia começa a andar?", questionou Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Corretora.

Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 despencaram 2,2 e 2,6 por cento, respectivamente. Foi a sétima queda seguida do S&P 500, pior série desde outubro de 2008.

Oltramari destacou ainda a forte alta dos juros dos bônus italianos, com recorde desde a criação do euro. A Itália é o segundo país mais endividado da zona do euro.

Agora, se o Ibovespa se consolidar abaixo do suporte gráfico de 58 mil pontos, o próximo nível é em torno de 55 mil pontos, afirmou o analista.

A ação com maior volume dentro do Ibovespa foi Itaú Unibanco, com baixa de 5,8 por cento, a 29,58 reais, após frustrar o mercado com um lucro líquido recorrente de 3,3 bilhões de reais no segundo trimestre."Os números abaixo do esperado provavelmente vão provocar revisões dos lucros", afirmaram os analistas Marcelo Telles e Victor Schabbel, do Credit Suisse.

O papel da empresa Hypermarcas teve a maior queda, 8,06 por cento, a 10,95 reais, e o da varejista eletrônica B2W a maior alta, 3,04 por cento, a 14,89 reais.

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