Avaliação
Conduta social dos bancos é só "regular"
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou a "Pesquisa sobre Responsabilidade Social Empresarial dos Bancos", com o apoio da ONG internacional Oxfam Novib. O estudo analisou as práticas e políticas das instituições financeiras em relação aos consumidores, trabalhadores e financiamentos disponíveis, incluindo questões como o modo como as dívidas são cobradas o que deve ocorrer sem constrangimentos e a transparência e a divulgação de informações corretas nos anúncios publicitários.
Foram avaliados os seis maiores bancos do país em número de clientes: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Itaú e HSBC. Somente um deles, o Banco do Brasil, obteve "bom" como nota. Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander e Itaú foram avaliados como "regulares" e o HSBC, como "muito ruim". Segundo o Idec, o HSBC teve esse resultado principalmente porque se negou a participar da pesquisa.
No site do Idec, o consumidor encontra o Guia dos Bancos Responsáveis e o relatório completo da pesquisa para comparar as práticas das instituições financeiras e, se for o caso, enviar um cartão amarelo para o banco.
Pouco mais de um terço da população curitibana dá preferência a produtos e serviços de empresas ambientalmente responsáveis. A parcela da população que raramente ou nunca se preocupa com isso na hora das compras, no entanto, é quase igual. Segundo dados levantados pela Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo, 32% dos habitantes da cidade não "premiam" a responsabilidade ambiental, muitas vezes por causa do preço alto (veja quadro).
Faça um teste para descobrir se você é um consumidor consciente
Os números de Curitiba não diferem muito dos nacionais. Estudo de 2010 do Instituto Akatu revelou que 28% da população brasileira se enquadra nos perfis de consumidor consciente e engajado.
"Estudos anteriores apontaram ainda que quatro em cada dez brasileiros topam pagar mais por produtos social e ambientalmente corretos. Não são parâmetros iguais, mas semelhantes. E, se fizermos uma rápida comparação com Curitiba, vemos que a população está em uma média parecida de consciência de consumo. Embora 37% pareça pouco, é bastante significativo, considerando a situação de pobreza que ainda existe no país e a falta de informação sobre o assunto", avalia o coordenador de comunicação do Akatu, Estanislau Maria de Freitas.
Educação
Freitas é otimista em relação ao comportamento da população e lembra que a medida mais eficaz para tornar conscientes os consumidores ainda tem à frente um longo e sinuoso caminho: a educação. "Isso fica claro quando constatamos que 56% dos brasileiros não têm nem ideia do que significa a palavra sustentabilidade, mas 80% dizem que deixariam de comprar produtos de empresas que violassem direitos e relações trabalhistas", conta Freitas.
Essa confusão ocorre de forma parecida por aqui. No estudo da Paraná Pesquisas, a maioria dos curitibanos 90,14% disse não conhecer a expressão fair trade (comércio justo, que tem como missão promover a igualdade social, a proteção do ambiente e a segurança econômica regional). Ao mesmo tempo, 80% responderam que desistiriam de comprar um produto de uma empresa que não respeita a legislação trabalhista.
Alternativas
A pesquisadora de consumo sustentável e responsabilidade social e ambiental do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Adriana Charoux, diz que nem sempre o consumidor consegue transformar a consciência ambiental e social em realidade e a culpa disso não é só da falta de informação, mas da escassez de alternativas para tomar certas atitudes, como a coleta seletiva.
A porcentagem de curitibanos que dizem sempre pesquisar informações sobre fabricantes e empresas sobe de acordo com a renda mensal: na faixa que ganha até dois salários mínimos por mês, o índice é de 28,7%; de três a cinco, 32,6%, e mais de cinco, 46,6%. Mas, para os especialistas, a tendência de mais conhecimento entre os mais abastados e escolarizados é mais um reflexo de um país desigual do que uma regra.
"Ainda mais quando dados do WWI-Worldwatch Institute indicam que os 20% mais ricos é que consomem 80% dos recursos naturais da Terra", frisa Freitas. "O que falta mesmo é um estímulo mais claro e uma postura mais contundente por parte do governo e das empresas. Campanhas que colocam o dedo na cara do consumidor mostrando só o que ele faz de errado não funcionam. O cidadão tem de conhecer o impacto que causa, mas também encontrar benefícios e prazer em fazer diferente", analisa Adriana.
Equilíbrio
Se nem sempre é possível colocar o conhecimento sustentável em prática, o jeito buscar um equilíbrio. É o que faz a coordenadora de música erudita da Fundação Cultural de Curitiba, Janete Andrade, "uma consumidora consciente em desenvolvimento", como ela mesma se classifica.
Janete conta que fica atenta a produtos de limpeza menos agressivos ao meio ambiente e em embalagens econômicas, faz só compras semanais para não desperdiçar alimentos e dinheiro, prefere os orgânicos e não usa mais copos plásticos no trabalho. "Sinto que já tenho um comportamento bem diferente da geração da minha mãe e tento ter uma visão mais crítica, mas sei que não posso radicalizar. É preciso escolher certo, mas com equilíbrio em relação à oferta dos produtos e ao preço."
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