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“Essa decisão (a saída da presidência do BC) tem consequências importantes. De toda a forma, não é uma decisão de carreira, envolve o papel que a instituição representa para o Brasil.”
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que diz ter “certeza” de que a decisão sobre sua permanência ou não no cargo será anunciada hoje | Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
“Essa decisão (a saída da presidência do BC) tem consequências importantes. De toda a forma, não é uma decisão de carreira, envolve o papel que a instituição representa para o Brasil.” Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que diz ter “certeza” de que a decisão sobre sua permanência ou não no cargo será anunciada hoje| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Mudança

Mesquita deixa Política Econômica

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Mário Mesquita, está deixando o cargo por motivos pessoais, segundo nota divulgada ontem pelo BC. Mesquita vai se dedicar a novos projetos profissionais, "depois de 3 anos e 9 meses contribuindo de forma importante" para o BC. No lugar dele, assume o atual diretor de Assuntos Internacionais, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo.

Para a diretoria de Assuntos Internacionais, o presidente do BC, Henrique Meirelles, indicou Luiz Awazu Pereira da Silva, funcionário de carreira do Banco Mundial e que atualmente ocupa o cargo de diretor regional para o Departamento 2 da África Austral do banco.

Segundo nota do BC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordou com a indicação de Awazu, que terá que ser submetida ao Senado. Luiz Awazu Pereira da Silva é doutor em Economia pela Université de Paris-I Sorbonne. Foi diretor do Departamento de Risco-País e Análise Econômica do Japan Bank for Internacional Cooperation e pesquisador-visitante do Instituto de Política Monetária e Fiscal do Ministério das Finanças do Japão.

No Brasil, foi chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, na gestão de Antonio Palocci e no início do período de Guido Mantega, quando foi substituído por Luiz Eduardo Melin. Pereira é também funcionário de carreira do Banco Mundial e, segundo uma fonte do governo, não se enquadra nem como ortodoxo nem como desenvolvimentista, mas sim como alguém que analisa as coisas tecnicamente.

Agência Estado

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a adiar a decisão sobre ficar ou sair do cargo para disputar as eleições de outubro. Pela legislação eleitoral, Meirelles tem até sábado para decidir se permanece no comando da autoridade monetária ou se desincompatibiliza do cargo para concorrer a uma vaga no Senado pelo estado de Goiás. As chances de que ele venha a compor a chapa de Dilma Rousseff como candidato à vice-presidência são dadas como mínimas. "Não há nenhuma decisão tomada. Continuamos conversando, porque é uma decisão de muita responsabilidade", afirmou on­­tem o presidente do BC. Meirelles se reuniu na última terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir seu futuro político. À saída do encontro ele disse que Lula pediu para que ficasse no BC. Meirelles respondeu que precisava de 24 horas para pensar.

Ontem, o presidente do BC afirmou que interrompeu as negociações sobre sua saída do cargo para participar da cerimônia de comemoração aos 45 anos do Banco Central – mas garantiu que deve retomar as conversas ainda hoje. Antes do evento público, ele estava no Centro Cultural do Banco do Brasil, atual sede da Presidência da República. "Vamos aguardar. Não cabe antecipação", disse. Meirelles afirmou ter "certeza" de que a decisão será tomada até hoje.

Apesar da indecisão de Mei­relles, o BC divulgou outras mu­­danças importantes no seu comando. Mário Mesquita deixou a diretoria de Política Econômica por motivos pessoais.

Costuras

A possibilidade inicial de Meirelles disputar o governo de Goiás acabou descartada com a candidatura do prefeito de Goiânia e companheiro de partido no PMDB, Iris Rezende. As outras opções para o presidente do BC seriam concorrer a uma cadeira no Senado ou tentar se viabilizar para ser o vice de Dilma Rousseff na disputa à Presidência. Essa hipótese, no entanto, esbarra no fato de o PMDB ter no seu presidente, deputado Michel Temer, o nome favorito para a vaga.

Durante as comemorações de aniversário do BC, Meirelles discursou sobre o trabalho da instituição no combate à crise, repetindo que o Brasil saiu da turbulência global de forma mais rápida que outros países. Ele também citou a importância de se perenizar a institucionalização do Banco Central.Mesmo em "compasso de espera", bolsa bate os 70 mil pontos

O mercado permaneceu ontem durante quase todo o dia em compasso de espera por uma decisão do presidente do BC, Henrique Meirelles, mas à medida que cresciam os rumores de que ele permaneceria no cargo, os investidores foram às compras. Com isso, a bolsa de valores voltou ao patamar dos 70 mil pontos nas últimas ho­­ras do pregão, nível de preços mais alto desde 13 de janeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu ainda descolar das bolsas americanas, onde imperou a frustração com os novos números do mercado de trabalho local.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista, subiu 0,59% no fechamento, batendo os 70.371 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,47 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova Iorque teve queda de 0,47%. No mês, a Bovespa acumula valorização de 5,82%; no ano, o ganho é de 2,60%.

"O fechamento de mês é sempre muito importante. Grandes investidores aproveitam para ‘zerar posições’. E sempre há o interesse dos gestores de fundos em apresentarem um melhor desempenho das carteiras. Isto quer dizer que sempre há alguma ‘distorção’ no movimento desses dias", diz Guilherme Mendes Franco, gerente da mesa de operações da corretora Corval. "Mas nós podemos dizer também que o mercado está com perspectivas um pouco mais positivas. Acho que o investidor ‘comprou’ os fundamentos da economia brasileira, que estão bons, na bolsa", acrescenta.

A ação preferencial da Vale foi, de longe, o papel mais negociado da bolsa, movimentando R$ 781 milhões no pregão de ontem. A mineradora conseguiu reajustar em quase 100% o preço do minério de ferro com alguns de seus clientes, o que chamou a atenção para suas ações, que valorizam com força ao longo deste ano.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou cotado em R$ 1,781. O valor representa queda de 0,77% sobre o fechamento de terça-feira.

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