Brasília O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou ontem a terceira mudança este ano na diretoria da instituição. Foram indicados três funcionários de carreira do BC: Maria Celina Berardinelli Arraes, que assumirá a diretoria de Assuntos Internacionais; Alvir Alberto Hoffmann, para a diretoria de Fiscalização; e Anthero de Moraes Meirelles, para Administração. Como os novos diretores são da casa, as mudanças tornam o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda mais suscetível à influência do presidente do banco, reforçando o perfil conservador das decisões sobre os rumos dos juros. É a 14.ª substituição feita por Meirelles em quase cinco anos de sua gestão.
A reformulação veio uma semana depois de o Copom interromper a trajetória de queda dos juros em meio às críticas de setores da sociedade. Ao anunciar as mudanças, Meirelles negou que tivesse ocorrido algum racha na diretoria por conta da decisão do Copom. "Não foi o caso", afirmou. Ele também não espera reação negativa do mercado. O anúncio foi feito no início da noite, após o fechamento do mercado.
A troca na diretoria amplia de sete para oito o número de integrantes do Copom. Isso porque o diretor de Liquidações e Desestatização, Antônio Gustavo Matos do Vale, acumulava desde outubro de 2006 a diretoria de Administração, que agora ficará a cargo de Anthero. Em caso de empate nas decisões do Copom, Meirelles já avisou que como presidente do BC, terá o voto de Minerva.
Meirelles disse que discutiu as mudanças com o Ministério da Fazenda e afirmou que a troca faz parte de um processo rotineiro de evolução dos profissionais. Os nomes dos novos diretores ainda terão de ser aprovados pelo Senado.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast