Uma semana após a interrupção da trajetória de queda da taxa básica de juros, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, anunciou nesta sexta-feira (26) mudanças na diretoria da instituição. Três novos diretores foram indicados para ocupar a diretoria colegiada do BC, composta por sete diretores, além do presidente da instituição. São eles que tomam as decisões sobre os juros.
Em entrevista, Meirelles tratou as mudanças com normalidade, já que, sob sua gestão no BC, foram feitas 14 trocas.
"É parte do processo normal de evolução dos profissionais", afirmou o presidente do Banco Central, negando rumores de que a diretoria do BC estivesse dividida.
Maria Celina Berardinelli Arraes foi indicada para o cargo de diretora de Assuntos Internacionais no lugar de Paulo Vieira da Cunha, que deixará o BC até janeiro por motivos pessoais. Maria Celina é funcionária de carreira do Banco Central e estava nas Nações Unidas.
Alvir Alberto Hoffmann deverá substituir Paulo Sérgio Cavalheiro na diretoria de Fiscalização. Hoffmann também é funcionário de carreira e trabalhava como especialista em Setor Financeiro e Supervisão Bancária no Fundo Monetário Internacional. Cavalheiro, segundo o presidente do Banco Central, cumprirá quarentena e depois buscará uma colocação na iniciativa privada.
Para a diretoria de Administração, Henrique Meirelles indicou Anthero de Moraes Meirelles, que atualmente é gerente da administração regional do BC em Belo Horizonte. Ele deverá substituir Antônio Gustavo Matos do Vale, que ficará apenas com a Diretoria de Liquidações e Desestatização. Matos do Vale estava acumulando as duas funções.
Os indicados por Henrique Meirelles para a diretoria do Banco Central passarão por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Se aprovados, precisam do aval do plenário antes da posse.
CopomComo Matos do Vale deixará de acumular duas diretorias, o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela fixação da taxa básica de juros, a Selic, terá agora oito diretores, contando com o presidente do BC, Henrique Meirelles. Em caso de empate, o voto de minerva caberá a Meirelles.
As três indicações serão encaminhadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.