O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou na segunda-feira (16) que a chance maior é de que continue à frente da instituição até o final do ano que vem, e defendeu a escolha de Aldo Luiz Mendes para a diretoria de Política Monetária como sendo a de uma pessoa com experiência técnica.
"É uma escolha que fizemos para recomendar ao presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) usando os mesmos critérios dos últimos anos. Foi uma escolha cuidadosa, técnica, baseada em pressupostos básicos, como experiência técnica", disse Meirelles a jornalistas.
O presidente do BC lembrou que Mendes já foi diretor de várias áreas do Banco do Brasil, além de vice-presidente de finanças, mercado de capitais e relações com investidores. "Ele tem um perfil absolutamente preciso e adequado, ele é um profissional técnico."
Segundo Meirelles, investidores e analistas ligaram elogiando a decisão "pela sua seriedade, pelo seu preparo técnico e, principalmente, pela sua independência de atitude".
Questionado se já teria decidido se vai deixar o cargo para disputar as eleições de 2010, Meirelles respondeu: "A maior probabilidade é que eu fique no Banco central até dezembro de 2010".
Meirelles também disse que não está previsto "nenhum movimento próximo", quando foi perguntado se outros diretores estariam para sair do BC.
"Não está previsto nenhum movimento próximo no BC. Esses diretores manifestaram o seu desejo, concordaram de estar comigo na gestão. Evidentemente, no dia em que eu deixar o banco eu não poderei falar pelo futuro."
A escolha de Aldo Mendes para substituir Mario Torós na diretoria de Política Monetária do BC foi anunciada na noite de segunda-feira. Já havia expectativa no mercado de que Torós deixaria o BC, mas esse clima aumentou depois de uma entrevista ao jornal Valor Econômico em que detalhou os bastidores da crise global no país.
Perguntado se a entrevista provocou mal-estar, Meirelles disse: "Conversei com o diretor (Torós) e o que ele me disse é que a responsabilidade dele é o que está entre aspas. Entre aspas ou não, o que está ali são opiniões pessoais. O BC fala oficialmente por meio de seus documentos ou de seu presidente".