São Paulo O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu ontem a política do Banco Central, ressaltando a importância do controle inflacionário para a estabilidade econômica e as perspectivas de maior crescimento futuro do país. Um dos desafios é "como a economia brasileira vai resolver seus gargalos", disse, citando o aumento da oferta como um desafio.
Durante a palestra no Fórum Brasil 2007, ele afirmou ainda que o aumento da demanda é positivo e apontou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como um fator que estimulará o crescimento. Meirelles disse que concorda com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros integrantes do governo sobre a importância do aumento da demanda doméstica para o crescimento do país. Como exemplo, citou a recente expansão da absorção de bens de capital (usados para investimento) da economia brasileira.
O presidente do Banco Central disse ainda que o país está em condições de crescer o dobro do crescimento médio registrado entre 1999 e 2003, de 1,8%. Segundo ele, a previsão do BC para o crescimento do PIB em 2007 é de 3,8%. "Ou seja, esse crescimento já é superior ao dobro da média dos últimos anos (1999 a 2003) e, com o impacto do PAC, deverá ser ainda maior", afirmou.
Dentro do governo, Meirelles vem enfrentando pressões. Ele é criticado por não reduzir mais as taxas de juros e, com isso, contribuir para a queda do dólar frente ao real. O fato é que a arbitragem (diferença) das taxas de juro interna e externa tem trazido um grande volume de moeda norte-americano para o mercado interno e, com isso, a queda do dólar tem se intensificado.