Após a baixa de Mário Torós na diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), o presidente da instituição, Henrique Meirelles, disse ontem que não está previsto "nenhum movimento próximo" de novas saídas da cúpula da instituição. Meirelles, inclusive, afirmou pela primeira vez que pode ficar até o fim de 2010 à frente do BC, atendendo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Meirelles se filiou ao PMDB em setembro com o intuito de concorrer ao governo de Goiás ou ao Senado nas eleições do próximo ano.
O presidente do BC fez as declarações ao ser questionado se outros diretores como Mário Mesquita (Política Econômica) e Gustavo Matos do Vale (Fiscalização) também deixariam a autoridade monetária.
Nos bastidores, Mário Mesquita não esconde sua vontade de sair desde antes de a crise atingir seu ápice, em setembro do ano passado. No entanto, com a demissão de Torós, o diretor não deve tirar do papel seu desejo tão cedo. Entende que é preciso consolidar o primeiro escalão do BC depois da crise iniciada com as declarações de Torós na semana passada, em entrevista ao jornal Valor Econômico, quando tornou públicas detalhes das ações do governo no combate á crise.
Meirelles defendeu a indicação de Aldo Luiz Mendes para o lugar de Torós, argumentando se tratar de um funcionário independente em "atitude e pensamento". Mendes é funcionário de carreira do Banco do Brasil (BB).
Nota
O Ministério da Fazenda divulgou nota ontem na qual nega que o ministro Guido Mantega tenha vazado uma informação estratégica sobre a atuação do Banco Central no mercado de câmbio em outubro do ano passado. De acordo com a reportagem do Valor, publicada na última sexta, Mantega disse que Lula proibira o BC de gastar reservas internacionais, o que teria feito a cotação do dólar ir de R$ 2,19 a R$ 2,45 em menos de 48 horas.De acordo com a Fazenda, o que Mantega afirmou é que o governo estava "procurando manter as reservas no seu patamar, o que era "uma orientação do presidente. Por isso, o BC estava fazendo empréstimos com o dinheiro das reservas, ao invés de simplesmente vender os dólares.
Na nota, a Fazenda lembra que a informação está "no corpo da entrevista concedida pelo então diretor de política monetária do Banco Central, Mário Torós ao Valor. O jornal não atribui a afirmação ao diretor.
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