O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tentou minimizar nesta segunda-feira a importância das turbulências que afetam os mercados internacionais e seus possíveis reflexos na economia brasileira. Em evento na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Meirelles evitou os jornalistas, mas em seu discurso fez uma breve referência à crise atual.
- Hoje, a nossa economia é mais previsível e não somos mais influenciados por crises externas como essa. Pouco antes, Meirelles enfatizara que o forte ajuste feito pelo país em sua balança de pagamentos no últimos anos, reduziu drasticamente sua vulnerabilidade externa - disse.
O diretor de Política Monetária do BC, Rodrigo Azevedo, classificou como um "ajuste" a forte volatilidade que tomou os mercados nesta segunda-feira. Segundo ele, não é possível saber se a "onda" de elevada liquidez que favorecia o Brasil e outros países emergentes "virou", ou se é passageira.
Apesar disso, Azevedo apressou-se em tranquilizar os investidores. Lembrou que o país dispõe hoje de reservas de mais de US$ 60 bilhões, e uma dívida pública com perfil mais favorável.
- O Brasil hoje está muito mais bem posicionado para enfrentar uma onda adversa - disse Azevedo, durante evento ontem na BM&F. - Temos que aguentar no curto prazo, mas a perspectiva de médio prazo do país não me parece que será afetada.
Azevedo lembrou que em crise anteriores o Brasil era forçado a fazer "ajustes técnicos" em seus fundamentos macroeconômicos, como aumentos súbitos em variáveis como câmbio e inflação. Hoje, segundo ele, uma eventual crise de liquidez não exigiria tais correções.
- Hoje, temos fundamentos mais sólidos e é muito pouco provável que tenhamos contaminação dos fundamentos econômicos do país.