No dia em que o governo do presidente interino Michel Temer anunciou a decisão de recriar o Ministério da Cultura, após ceder a pressões, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles negou que possa haver recuo também em relação a medidas de austeridade planejadas pela gestão.
Meirelles falou à imprensa pouco antes de entrar em uma reunião com Temer, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o secretário-executivo de Parcerias, Moreira Franco, na tarde deste sábado (21) em São Paulo. “As medidas de austeridade estão aí para ficar. Serão fundamentais para o equilíbrio das contas públicas, e mais importante, para que isso sinalize uma volta da confiança, e em consequência uma volta do crescimento”, afirmou Meirelles.
Jucá confirmou o discurso de Meirelles ao dizer que as medidas de austeridade são um “mantra permanente “ do atual governo e não haverá recuos quanto a esse tema. “Já esperávamos um quadro de dificuldade, mas sem dúvida o quadro era pior do que a gente esperava, até porque há fatores novos como a questão da reestruturação da dívida dos Estados, que é algo que nós vamos ter que enfrentar e ajudar a resolver”, declarou.
As medidas econômicas para aumento da arrecadação e redução das despesas serão detalhadas na terça-feira (24) pelo presidente interino.
Jucá apontou que há grande diálogo entre os ministros sobre as medidas que devem ser anunciadas na próxima segunda-feira, com destaque para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da República em exercício, Michel Temer. “Temos bastante discussão, a palavra final é do presidente da República”, comentou.
O ministro do Planejamento apontou que as medidas que estão no foco do governo atuam em diversas linhas diferentes. “Desde a contenção de gastos, limitação de despesas, mudança do quadro de endividamento”, disse. “São muitos assuntos, cada um terá seu calendário próprio. Mas estamos formulando saídas para que o Brasil possa sair rapidamente desta crise.”
Segundo o ministro, “tudo o prioritário”, para melhorar o quadro geral da economia e retomar a geração de empregos no País. Ele fez os comentários antes de participar de reunião com o presidente Michel Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em São Paulo.
Em entrevista no Palácio do Planalto, o peemedebista explicará como tentará reduzir o rombo de R$ 170,5 bilhões das contas públicas, anunciado nesta sexta-feira (20).
A equipe econômica do governo Dilma Rousseff, afastada em razão de seu processo de impeachment, previa um deficit de R$ 96,7 bilhões.
Avanço
Em relação à retomada da pasta da Cultura, o chefe do Planejamento minimizou a existência de recuo.
“Não se trata de voltar atrás, se trata de avançar, já que havia uma grita, já que havia um pleito bastante amplo em nível nacional.”