A solução para os desequilíbrios globais está nas mãos principalmente dos Estados Unidos e da China, avaliou na sexta-feira (18) o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
A uma semana da cúpula de chefes de Estado do G20, em Pittsburgh, onde esses desequilíbrios serão discutidos, Meirelles afirmou que o papel de protagonista obtido pelo grupo no cenário mundial, em detrimento do G7, "não terá volta".
"Está muito claro hoje para todos os países envolvidos que a economia mundial não será discutida de uma forma eficaz e medidas eficazes não serão tomadas no âmbito apenas do G7", afirmou.
O governo dos Estados Unidos já afirmou que pretende obter na reunião dos líderes do G20, em Pittsburgh, um acordo em torno de parâmetros e processos que contribuam para evitar os desequilíbrios que provocaram a crise global.
"Esse reequilíbrio certamente só pode ser feito por movimento das duas partes. Isto é, um aumento da poupança americana e um aumento do consumo chinês", disse.
Meirelles também afirmou que a demanda dos países emergentes por um incremento de 7 por cento em suas cotas no Fundo Monetário Internacional (FMI) é "o mínimo necessário", e o papel de protagonista obtido pelo G20 no cenário mundial, em detrimento do G7, "não terá volta".
O G7 é formado pelos sete países mais industrializados do mundo. Com o agravamento da crise, o G20, grupo mais abrangente que também reúne economias emergentes, incluindo o Brasil, ganhou relevância no cenário internacional.
Meirelles descartou ainda mudanças "dramáticas e radicais" na composição das reservas brasileiras no curto prazo e afirmou que o sistema bancário brasileiro tende a ser pouco afetado por regras de regulação globais mais duras em discussão. Isso porque as normas prudenciais no Brasil já são, em geral, mais rígidas que no resto do mundo.
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